sábado, 18 de dezembro de 2010

1 + 1 = 3


Querido bebê,

Amanhã faz uma semana que descobrimos que você está crescendo na barriga da mamãe! No início a felicidade era tanta, que nem acreditávamos. Era domingo. Fomos à missa na hora do almoço, e saindo de lá passamos na farmácia para comprar um teste de gravidez. Compramos uma embalagem com dois, porque já estávamos planejando ter você, então, se desse negativo, deixaríamos o outro para o próximo mês.

Assim que chegamos em casa, a mamãe foi correndo fazer xixi e, em menos de dois minutos (o tempo que é preciso esperar para ver o resultado) já aparecia o sinalzinho de +!!

O papai, de tanta felicidade, não acreditava!! Pediu que a mamãe fizesse o outro teste para confirmar... E a mamãe fez!! E deu positivo de novo!!

Pronto! Nossa família vai crescer! Agora não seremos mais só a Dani e o Pedro! Tem um bebezinho lindo a caminho!

A minha ansiedade era tanta que eu não sabia pra quem ligar primeiro! Resolvi começar pelo Brasil! Liguei pra vovó Maria Inês e ela também não se conteve de felicidade. Mesmo estando feliz, ela disse que eu deveria confirmar com um médico para ter certeza de que você estava mesmo aqui com a gente! E antes mesmo da terceira confirmação a vovó já começou a avisar as pessoas lá em Uberaba!

Depois de falar com a tia Val, fui a uma walk-in clinic, por sugestão dela (que já estava chorando de felicidade) e fiz mais um teste!!! E foi só quando a médica me deu os parabéns que eu pude ter certeza mais do que absoluta de que estava grávida!

No mesmo dia, no fim da tarde, bateram na porta do nosso apartamento, e ficamos muito felizes e emocionados quando vimos a tia Val, o tio Fábio e a Lê chegando de surpresa, cada um com um presentinho para você: chupeta, chocalho e mamadeira!! Eles são pessoas muito especiais para a mamãe e o papai, e tenho certeza de que você vai gostar muito deles também! Pedimos uma pizza e, pela primeira vez, brindamos a sua existência!

Todos os nossos parentes já foram avisados no Brasil, e estão muito felizes! A vovó Ilva ficou super contente em saber que a Isabella, sua priminha, vai ter companhia. A tia Nana te apelidou carinhosamente de “feijãozinho”, e a tia Pi, de “baby Jr”, então seu nome foi adaptado para “Baby Bean Jr”, para ficar mais canadense!

Durante a semana a mamãe foi ao médico e já fez os exames de sangue necessários para saber se está indo tudo bem com o seu desenvolvimento. Também passei a tomar uma vitamina ainda mais forte para garantir que você nasça com bastante saúde!

Resolvi contar para o pessoal lá do daycare onde trabalho, porque tenho ido fazer xixi com muita freqüência. E a minha felicidade é tamanha que eu não iria conseguir esconder por muito tempo!

O papai, durante a semana, comprou uns cookies no Tim Hortons e deu para algumas pessoas que trabalham com ele, enquanto anunciava que será pai! Ele está muito orgulhoso! Todos os dias ele me pergunta se tem mesmo um bebezinho na minha barriga! E a gente fica se perguntando se você é menino ou menina!! Apesar dessa curiosidade, ele quer que seja surpresa! Será que vamos agüentar esperar até o dia do seu nascimento para saber se quem está a caminho é a Clara ou o Leonardo??!

Ontem aconteceu algo curioso lá no daycare enquanto a mamãe estava trabalhando. Eu estava agachada escrevendo alguma coisa, e uma das crianças se aproximou de mim, levantou uma das minhas camisetas (eu tinha outra por baixo) e alisou a minha barriga. As crianças com quem eu trabalho ainda são muito pequenininhas, e não entendem... Mas a impressão que tive foi que ela já sabia que tem um bebezinho aqui!

Hoje vamos almoçar com nossos queridos amigos Fábio e Val, e Márcio e Fabi. Foi aniversário do tio Márcio durante a semana, então vamos comemorar. O tio Márcio e a tia Fabi também estão “grávidos”. Aliás, o Caio vai nascer daqui a pouquinho! A chegada dele é pra 14 de janeiro, mas a gente acha que ele vem antes disso! Viu só que legal? Você já vai chegar ao mundo com um amiguinho pra brincar! O tio Márcio brinca que você vai ser menina e vai ser a namoradinha do Caio! E o papai já está com ciúmes!! Ele disse que se você for menino, vai jogar futebol com o Caio, como ele e o tio Márcio costumavam fazer!

Hoje também é um dia especial para você! Ainda não sabemos direitinho quanto tempo você tem, mas tudo indica (de acordo com as datas) que hoje você está completando 5 semanas! Ou seriam 6? A mamãe nunca foi muito boa de matemática! Só vamos ter certeza quando fizermos a primeira ultrassonografia!

Ah! E daqui a 3 dias você vai receber suas primeiras visitas internacionais! O tio Bruno e a tia Laura vêm passar o Natal e o Ano Novo com a gente!

Prometo escrever aqui pra você sempre que tiver alguma novidade!

Um beijinho, com muito amor,

Mamãe

(Na foto, a sua primeira roupinha! Presente dos pais do Caio)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Road Test...


Hoje foi dia de fazermos a prova G. O Pedro não trabalhou, por causa do Remembrance Day, e eu tirei um dia de folga para isso. Fomos para Brantford, uma cidade a uma hora de Toronto, porque foi o único lugar que tinha vaga para hoje.

O Pedro estava nervoso. Ele já tinha tentado a G uma vez, no ano passado, e tinha sido reprovado, então fez a G2 e passou.
Eu estava mais tranquila. Fiz quatro aulas para pegar os macetes das leis de trânsito de Ontario, e recebi, em todas as aulas, elogios do meu instrutor. Segundo ele, eu estava bem melhor na highway do que nas ruas, onde eu cometia alguns errinhos simples, mas que tinha prática e me daria bem...

Lá fomos nós. O Pedro foi antes, e voltou depois de uns 20 minutos com a aprovação e um sorriso no rosto!! Fiquei feliz por ele!! Ele disse que o examinador dele - um senhor simpático - o deixou bem tranquilo. Ficamos torcendo para eu pegar o mesmo tiozinho... Mas chegou a minha vez, e minha examinadora era uma mulher. Foi simpática, se apresentou, disse que não me pediria nada ilegal, explicou que a máxima na highway do lugar era 100 Km/h e que era pra eu me atentar ao blind spot.

A primeira coisa que tive que fazer ao sair do estacionamento foi uma conversão à esquerda. Achei ótimo que o farol estava verde, e vinha um carro na pista oposta, mas estava longe. De repente, o farol virou pro amarelo, e não sei por que, em vez de parar, eu acelerei e fui!!!!!! Só ouvi o gritinho da instrutora: "uuuuuiiii!!!". Pronto! Assinei meu atestado de imprudência no primeiro comando da mulher. Tóin!!! Mesmo assim, não fiquei nervosa. Continuei o teste na boa... fiz three point turn, parallel parking, parada de emergência, parei completamente em todas as placas de stop... fui pra highway, entrei a 100 por hora e achava que estava virando a cabeça pra lá e pra cá, como deveria.

Voltando ao estacionamento, a mulher pediu que eu estacionasse e desligasse o carro. Então, ela me deu a notícia de que eu teria que refazer a prova por causa de diversos erros. Falou comigo como uma mãe dando bronca numa criança arteira: "o farol estava verde e você reduziu... e aí quando ficou amarelo você entrou!!" e começou a me perguntar: "em que pista nós devemos andar?? Na direita ou na esquerda?" (e eu só olhando pra ela...) "hein? em que pista?!" ( e eu: ...) Ela continuou - "na direita!!! Mesmo que viremos numa rua à esquerda e comecemos a andar na pista da esquerda, temos que passar para a direira imediatamente depois, porque a pista da esquerda é para ultrapassagem!" (nessa hora eu fiquei com raiva do meu instrutor, que não me atentou a isso!!!). E a "bronca" continuou: "e o blind spot?! Você olhou para os espelhos o tempo todo, mas não vi você virando a cabeça por cima do ombro! Blind spot é isso, ó: (e começou a virar a cabeça pra um lado e pro outro, como um ventilador)

Não preciso nem dizer que isso estragou meu dia!! Sei que não é o fim do mundo, mas agora vou ter que passar pela G2 e depois tentar a G de novo. Ou seja, vou ter que passar por testes por pelo menos mais duas vezes (contando que tudo dê certo!). Detalhe que já dirijo há 13 anos! Mas aqui no Canadá é assim: começar de novo. Em quase tudo!

Fica aqui a minha dica para quem ainda não fez a prova: EXAGERE nas viradas de cabeça!!! Tem gente que vai de boné, ou de rabinho de cavalo, pra ficar bem claro para os examinadores que a cabeça está sendo movimentada!

É... esse Remembrance Day vai ficar mesmo marcado na minha memória! Pelo menos ganhei uma barra de chocolate do "Mr. G Full" como prêmio de consolação :-/

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Touchdown em Cleveland

Sábado de manhã pegamos a estrada rumo a Cleveland - Ohio para assistir a um jogo de futebol americano entre Cleveland Browns e New England Patriots. Eu fui meio que de gaiato, porque nosso amigo que ia com o Pedro teve um imprevisto e precisou desistir da viagem. Na verdade eu não fiquei muito animada quando soube que "teria" que ir no lugar dele, porque não estava nada interessada nesse jogo, mas como viajar é sempre bom, lá fui eu arrumar a minha mochila às 11 da noite de sexta-feira.

Fizemos uma passagem recorde pela alfândega (via the Peace Bridge), que não durou nem 30 segundos e seguimos direto para Aurora, uma cidade que fica a 30 minutos de Cleveland (4 horas de Toronto), para conhecermos um outlet que vimos na internet. (tinha que ter uma compensação pra mim, né?!!). O outlet parece uma vila... ou um parque de diversões, mas de lojas. O lugar era diferente e agradável, mas os preços não eram muito convidativos e eu não encontrei a bota que queria...
Apesar de a temperatura não estar negativa, estava nevando! Nevando bastante até! Muito gostoso ver tudo branquinho... Veja: http://www.youtube.com/watch?v=2Q82X_MWIlM

Chegando ao nosso destino, fomos dar uma volta para conhecer a cidade... Não vi nada que tenha me chamado a atenção, a não ser pelo estádio do Cleveland Browns, que é moderno e bem bonito, e do Hall da Fama do Rock. Como eu estava certa de que acharia minha bota por lá, fomos a um shopping que, segundo nos informaram no hotel, era o melhor da cidade. Nunca vimos um shopping tão estranho e sem lojas como aquele!! Desisti da bota e como em downtown nada mais nos atraiu resolvemos jantar num restaurante que nos pareceu simpático, perto do nosso hotel. Só depois ficamos sabendo que trata-se de uma rede. Bem gostosinho!
Um parêntesis: parece que toda a cidade estava mobilizada por causa desse jogo, já no sábado. E não era decisão, nem nada... apenas um jogo. Todos uniformizados pelas ruas... torcedores tanto do Cleveland quanto do Patriots... será que eu era o único peixe fora d'água? Sim, porque o Pedro já tentou me explicar as regras do futebol americano algumas vezes, mas quem disse que eu entendo??

Domingo, o jogo começaria à 1 hora, então tínhamos algum tempo para andar ali por perto do estádio. Saindo do estacionamento a algumas quadras de lá, um torcedor do Cleveland, vendo que o Pedro estava com uma camisa do Patriots, se aproximou e disse que se nos apressássemos, veríamos os jogadores do Patriots saindo do hotel e entrando num ônibus rumo ao jogo. (Aí eu me pergunto: Corinthianos avisariam Flamenguistas, assim, tão amigavelmente, da possibilidade deles verem seus ídolos?!) Ficamos um tempinho por ali, assim como alguns torcedores - de ambos os times - e até vimos alguns dos jogadores, mas nada do "Sr. Gisele Budchen"! Que pena...

Bom... do jogo mesmo eu não entendi muita coisa. Mas adorei estar ali no meio de tanta gente animada!! Incrível como todos - homens, mulheres, crianças, idosos... - vestem mesmo a camisa e vibram a cada jogada bem sucedida! Sei que o Pedro gostaria de ter visto o time dele ganhar, mas eu achei bem legal o time da casa ter saído vitorioso. Acho que eu assisti mais a platéia do que o jogo em si! Todos se cumprimentando, conversando, comentando! Um clima muito legal. Fiquei até com vontade de entender o que estava se passando ali embaixo pra poder torcer também!! Acho que vou começar a estudar as regras!!

O jogo acabou lá pelas 4 da tarde, e era hora de voltarmos pra casa! A viagem de volta foi tão tranquila quanto a da ida. Ah! Passando pela Pennsylvania "perguntamos" ao GPS se havia algum shopping por ali e ele indicou um pertinho da estrada. Chegamos 20 minutos antes de as lojas fecharem e eu encontrei a tal bota!! Paguei bem mais barato do que pagaria no Canada, e além disso sem taxas! Valeu a viagem! hahah...


Adorei essa bandeira dos Estados Unidos no formato do mapa! (pena que estávamos do lado oposto...)


Pedro, antes do jogo, com a certeza de que seu time ganharia!

Tentando fazer com que o futebol americano entrasse na minha cabeça, de qualquer jeito!



quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Formatura!

Ontem foi um dia muito especial para nós! Foi a minha formatura!!

A cerimônia foi bem simples, mas com certeza vai ficar marcada na minha memória por muito tempo. Valeu a pena todo o nervoso que passei no último ano!! Todas as noites mal dormidas, pela ansiedade de uma prova ou apresentação no dia seguinte! Valeu a pena cada centavo que investimos nesse College. Já recuperei tudinho com meu suor e trabalho! Não é mole trabalhar com crianças, mas ao mesmo tempo é gostoso demais.

Se fiz a escolha certa? - Sem dúvida alguma! Todos sabemos que o início da vida de imigrante não é fácil, mas me esforcei e agora estou colhendo os frutos que plantei.
Se vou estar nessa mesma área daqui a 5 anos? - Não faço a mínima ideia! Há 5 anos eu não tinha noção de que hoje eu estaria no Canada, com um diploma de Educadora Infantil!! O futuro a Deus pertence! Faço planos só para daqui a algumas horas!

Tenho muita saudade de trabalhar com revisão de textos, e uma certa curiosidade em trabalhar com tradução. Quem sabe mais pra frente, com a vida estabilizada e o inglês mais avançado eu não volto às minhas "origens" de jornalista?!
Por enquanto eu vou me divertindo com os bebês enquanto faço um intensivão para quando vierem os meus!!! =)

Pedro, Fábio e Val: muito obrigada pela presença na noite de ontem! É a torcida de pessoas como vocês que me faz seguir em frente!





sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A polêmica do contrato


Quando comecei a trabalhar no day care, no final de agosto, achei estranho não ter assinado nenhum contrato, mas nunca questionei isso por lá. Assinei só as "policies" da empresa.

Esta semana, depois de uma reunião, todas as ECEs foram "surpreendidas" por um contrato bonitinho, cheio de páginas e cláusulas (como todo contrato, rs). Quando eu soube disso pensei "que ótimo!" - sei lá, isso me deixa mais segura... é tudo preto no branco. Trata-se de um contrato "ilimitado", ou seja, sem data fixa para ser encerrado.

Acontece que fiquei muito surpresa com a reação das outras funcionárias!! Elas estão indignadas, dizendo que não vão assinar! Algumas chegaram a mostrar a papelada para advogados, e segundo uma delas, a advogada a aconselhou a não assinar nada! O que mais as está intrigando é uma cláusula que diz que depois do período probatório (6 meses) nós podemos ser demitidas sem qualquer aviso ou motivo. Isso não me deixa assustada. Eu entendo isso como um período de experiência... e que se você não se encaixa no perfil da empresa, eles te descartam. Ou estou errada? Sei que esse período no Brasil é de três meses, mas não sei por aqui como funciona. Não sei também se por ser um day care privado as leis podem ser diferentes, exclusivas de cada empresa...

Agora estou com a pulga atrás da orelha... O que será que tem de tão errado em trabalhar seguindo regras e termos de contrato?! Minha co-worker me disse hoje: "think long and hard about the contract. They will screw you over"

Alguém tem algum palpite? Será que as canadenses estão desconfiadas sem motivo? Ou será que a ingênua da história sou eu?!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Violencia na porta de casa

Hoje acordei com a Daniela me ligando assim que ela saiu pra trabalhar, por volta das 6:30 da manha. Ela disse que havia varios carros da policia na rua e imprensa na porta do predio, sinal de que algo ruim aconteceu. Liguei a tv e vi no CP24 o reporter Cam Woolley, ao vivo, dando a noticia de que durante a madrugada a policia havia entrado no terceiro andar do predio e atirado num rapaz de 26 anos, que acabou falecendo algumas horas depois. Um segundo homem que estava no mesmo apartamento foi preso. As investigacoes agora estao por conta da SIU, que eh um orgao da provincia responsavel por casos de violencia envolvendo policiais. Vamos ver durante os proximos dias o que realmente aconteceu, na medida em que novos detalhes forem aparecendo.

Fui pego de surpresa, pois nao ouvi nenhum ruido durante a noite. Na hora que sai do predio pro trabalho o burburinho continuava e o escritorio da administracao estava bastante movimentado. Imagino que eles vao enviar algum comunicado aos moradores.

Apesar disso tudo, acredito que seja um caso isolado e uma infeliz coincidencia. Bola pra frente.

domingo, 26 de setembro de 2010

The Old Spaghetti Factory

Foi preciso a MINHA AVÓ vir nos visitar para conhecermos um restaurante bem legal aqui em Toronto: The Old Spaghetti Factory. A dica foi de uma amiga dela, cuja filha já morou aqui.
O restaurante é ótimo, bem pertinho do St. Lawrence Market, e tem uma decoração diferente e divertida. Uma ala do lugar imita um carrossel. As mesas ficam num patamar mais elevado, com cavalinhos em volta. Em outra, as mesas ficam dentro de um bondinho. Outro espaço é uma espécie de "coreto" com uma só mesa para dois lá dentro... o casal fica meio que em destaque! Tudo isso sem contar a enorme quantidade de coisas penduradas no teto, como vasos de planta e lustres enormes.
Decoração à parte, adoramos a comida! Tanto é que fomos jantar lá duas vezes nas duas últimas semanas. Com tudo incluso num preço camarada, você come um pão quentinho e bem gostoso de entrada (que é reposto quantas vezes forem necessárias) com manteiga ou pasta de alho; sopa ou salada (você escolhe); o prato principal (recomendamos tudo o que já provamos até agora: fettucini Alfredo, lasanha e spaghetti com chicken parmegiana); cafezinho e sorvete! E claro, o refrigerente é refil.
Vale a pena conferir! Nós já viramos fregueses!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Rapidinhas


Emprego: mal comecei como supply teacher num day care logo que terminei meu estágio e, uma semana depois, já fui convidada a trabalhar lá como full time! Claaaro que aceitei! Estou na sala de infants, com babies de até 1 ano e meio. As crianças são muito fofas e o trabalho é cansativo, mas prazeroso ao mesmo tempo. Como em qualquer ambiente de trabalho, tem sempre uma mala folgada "na mesa ao lado", mas a gente vai levando! O din din a cada duas semanas compensa essas picuínhas!

Carro: ficamos sócios da Zipcar, e agora sempre que precisamos ir a algum lugar de carro temos um praticamente à nossa disposição a dois quarteirões de casa. Basta reservar pela internet e ir até o local onde ele fica estacionado. Aí é só passar o cartão de associado no pára-brisa e as portas destravam. Super prático e barato, principalmente para períodos curtos de aluguel. Dica: quem usa o Metropass tem um superdesconto na anuidade. Vale conferir!

Falando nisso: quero ver se crio vergonha na cara e tiro minha carteira de motorista ainda este ano, antes de começar a nevar!

Ribfest: uma das melhores "festas" que já fomos aqui no Canada. Este ano fomos a duas, e pretendo ir a mais no ano que vem. Trata-se de uma competição pra ver quem faz a melhor costela de porco, e quem sai ganhando é a gente, que se acaba de tanto comer!!! Delicioso!

Visita: minha avó e uma tia estão a caminho! Chegam amanhã cedinho por aqui!! Tão bom ter a família por perto de vez em quando!!! Pena que não vou poder passear muito com elas, mas vamos aproveitar ao máximo os fins de semana!

Verão: estou começando a me arrepender de ter reclamado tanto do calorão!! O verão está chegando ao fim, e as manhãs já não estão mais abafadas como antes...

Blog: quero mantê-lo ativo, mas de vez em quando bate preguiça + falta de assunto... e aparece um post como este!

Obrigada por ler! =)

sábado, 21 de agosto de 2010

Susto!!


Ontem à noite levamos um susto grande por aqui! Estávamos voltando da piscina pública de bike, quando, a menos de dois quarteirões do nosso prédio, um carro bateu na minha bike e eu beijei o asfalto!

Não vi nada! Quando dei por mim, já estava no chão, esborrachada, e com a boca sangrando. Levantei rápido, porque a minha preocupação (além de saber se ainda tinha dentes) era sair do meio da rua, e como estava bem zonza, sentei na calçada e lá fiquei, com cara de tacho. O Pedro, que estava um pouco na frente, voltou correndo pra me socorrer, e a motorista e a carona - aparentemente mãe da moça - demoraram um pouquinho pra sair do carro e irem falar com a gente. Graaaças a Deus não vinha nenhum carro ou ônibus atrás de mim!

Não sei como essa moça atingiu a minha bike! Eu sempre ando bem no cantinho, e mesmo assim os carros passam super afastados, ou mesmo na faixa da esquerda. Ela saiu do carro pedindo desculpas e dizendo que não tinha me visto. No mínimo estava falando ao celular, bem distraída. Ofereceram ajuda pra me levar pro hospital, ou pra me dar água, ou carona pra casa... mas eu ouvia tudo, e não falava nada. Acho que estava meio em choque. Eu só falava que estava com muita dor no nariz. Como o Pedro as ouviu conversando em espanhol, deu uma bronca na língua delas: "Cómo no la viste?!" Aí pronto... a mãe da moça disparou a falar em espanhol comigo, dizendo que estava tudo bem e que eu era "muy guapa" =/ (bate e assopra! heheh)

Quando percebi que meus dentes estavam todos em seus devidos lugares, dispensei a ajuda das Dominicanas e voltamos andando pra casa.

Engraçado que ontem foi a primeira vez que eu saí de bike sem capacete, e vestindo calça jeans. Sorte que não bati a cabeça! Quanto ao jeans, a calça ficou intacta, e mesmo assim meu joelho está esfolado, ou seja, ainda bem que não estava de short!

Saldo da brincadeira: o lábio inferior cortado, o nariz ligeiramente inchadinho de um lado e bem dolorido, os dois cotovelos ralados e a perna esquerda com vários pontos de hematomas e esfolado, além de muita dor no corpo todo. Ah, claro, e um susto muito grande que atrapalhou minha noite de sono e que me faz não ter mais vontade de andar de bicicleta. Pelo menos não na rua. A bike aparentemente não estragou.

O mais irônico de tudo é que o Pedro geralmente pedala pela calçada, e vive insistindo pra eu não andar na rua... preciso ouvir mais meu marido!

Fica aí o aviso aos ciclistas! Evitem andar em rodovias sem ciclovia! Ou torçam pra não topar com um motorista desatento!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O fim (...) e o começo (!!!)

Esta sou eu hoje: triste e feliz ao mesmo tempo!

(...) Hoje foi meu último dia no College... Ou melhor, hoje tivemos que ir ao College levar nosso pacote do último estágio, e é isso! Acabou! Eu sonhei tanto com este dia, mas no fundo hoje me deu uma certa tristeza ao sair de lá. Depois que todos os recados foram dados, as pessoas parece que não queriam ir embora! Foi engraçado... tanto as professoras quanto os alunos! Ninguém teve pressa pra sair, como sempre acontecia nos dias de aulas. Fomos ficando... ficando... conversa vai, conversa vem... e quando eu vi que ia chorar, resolvi que era hora de tomar o rumo de casa! Não sem antes ouvir de um colega: "Daniela, acabaou!! Não temos mais provas, trabalhos, estresse... o que são essas lágrimas nos seus olhos?" Pois é... quem me conhece sabe que sou chorona! E não foram raras as vezes que a emoção falou mais alto (em forma de lágrimas) neste último ano por lá! A começar pela segunda semana de aula, quando soube que teria que fazer uma apresentação na frente de 60 alunos! Sim! Com quatro meses de Canada! Mas foi bom, porque dali em diante as apresentações não me assustavam mais. E foram muuitas!
Vou sentir falta do College! Não dos trabalhos e da pressão, mas da rotina, dos amigos que fiz, e até das pessoas mais maletas que faziam as aulas ficarem mais cômicas! O College foi um dos primeiros lugares que eu frequentei por aqui, então com certeza vai ficar na memória pra sempre! Eu aprendi muito mais do que uma nova profissão por lá! Aprendi novas culturas, aperfeiçoei muito o meu inglês, aprendi a entender e respeitar as diferenças... enfim! Marcou legal no coração!! (ai ai ai... minha vista está ficando embaçada... vou parar por aqui!). Sei que muitos dos colegas só verei de novo em outubro, na nossa formatura, mas com algumas meninas quero manter contato!

Bom... agora é pensar no novo começo!

(!!!) Sim! Já tenho um emprego! Participei de algumas entrevistas nos últimos dois meses, e semana passada fui convidada para trabalhar num day care não muito longe aqui de casa. É um lugar pequeno, e eu serei a única "supply teacher" de lá. Uma espécie de coringa. Sempre que alguma das professoras faltar, eu irei substituir. Isso é muito comum por aqui. Só no day care onde estou fazendo estágio (sim, teoricamente acabou, mas ainda tenho que repor uma semana!) eles têm 8 supply teachers, e vejo que elas são chamadas com bastante frequência. Isso vai ser ótimo para mim, principalmente porque poderei pegar experiência em todos os grupos de idade, enquanto continuo aplicando para emprego full time, desta vez com uma "coisinha a mais" no currículo.

Como o Pedro disse no post anterior, chegou a hora da colheita! Hoje olho pra trás e vejo que todo nosso esforço valeu a pena! Estamos apenas começando nossa nova vida por aqui! E graças a Deus, com sucesso! =)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Hora da Colheita

Nesse ultimo feriado de segunda-feira a Daniela me perguntou quando eu falaria com a minha gerente sobre o vencimento do meu estagio, que acaba em meados de outubro.
Eu respondi que se nao tivesse novidades ate o fim de setembro, procuraria me informar a respeito. Aquela historia de que os opostos se atraem, pelo menos no que se refere a ansiedade e curiosidade, eh verdadeira entre nos.

No dia seguinte, ja no trabalho, a secretaria me pediu pra passar na sala da minha diretora. Como o filho dela de 5 anos estava "trabalhando" por aqui nesse dia, achei que ela tivesse me chamado pra eu ver o menino, ou algo assim.

Na verdade, ela e minha gerente, que tambem estava na sala, queriam eh responder a duvida da Daniela: quando terminar minha bolsa com o Career Bridge, vou passar a ter um contrato, desta vez diretamente com a OLG, por mais um ano.

Na minha opiniao, receber uma noticia boa assim, eh sempre melhor do jeito que foi, pegando a gente de surpresa.

Eh claro que nao eh ainda aquilo que eu realmente almejo, um vinculo sem data de validade, mas tudo tem seu tempo. E eu vou poder continuar aplicando pras vagas efetivas que aparecerem durante esse periodo.

Apesar da bolsa do Career Bridge ter um valor bem menor do que a media salarial do mercado, o "sacrificio" vale a pena, pois o programa proporciona aos recem-chegados a chance de ter a tal experiencia de trabalho canadense, alem de tambem abrir as portas de excelentes empresas, inclusive no governo.
Alias, o Ontario Public Service fechou uma nova parceria com o Career Bridge, proporcionando oportunidades de estagio aos recem-chegados (ate 3 anos de chegada no Canada e sem experiencia de trabalho em sua area no pais).
Vale lembrar que trabalhar pro governo por aqui eh tao disputado quanto no Brasil, a diferenca eh que nao tem concurso.

Agora resta torcer pra Dani ter sucesso nas entrevistas que anda fazendo. Depois de um primeiro ano de sacrificios e investimentos, parece que vamos comecar a colher os frutos e traçar novos planos por aqui.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O problema vai além do chiclete!


Ok... a ideia de pedir para os usuários do TTC jogarem seus chicletinhos no lixo é válida, já que existe muita gente sem noção que gruda a goma debaixo dos bancos, nas paredes, ou mesmo joga no chão (e a gente pisa e sai grudando!).
Eles disponibilizaram esse bloquinho em todos os vagões, e basta a pessoa destacar uma folha e embrulhar o chiclete mascado pra depois achar um lixo e jogar fora.
Mas e os jornais, as garrafas de refrigerante, os copinhos de café, as frutas, os sanduíches mordidos... tudo jogado no chão?! Será que com isso ninguém se incomoda?
Na minha opinião essa campanha deveria ser estendida a TODO tipo de lixo, porque infelizmente tem muita gente sem educação nos trens (e ônibus) de Toronto.
E não vamos botar a culpa nos imigrantes, de culturas, lugares e hábitos diferentes! Já presenciei uma colega canadense deixando uma garrafa vazia de água no chão do metrô quando chegou na estação em que tinha que descer. Assim como já presenciei muitos brasileiros no Brasil jogando coisas pra fora da janela do carro, sem a menor vergonha. Isso é questão de educação... nesse caso, de falta de educação!

Isso me faz lembrar uma campanha que fizemos na minha escola quando eu estava na 1ª série: "Jogue o lixo no lixo!" Todos fizeram cartazes e saíram pelos pátios da escola gritando e cantando.
Eu aprendi. Aliás, aprendi mesmo antes dessa campanha... aprendi em casa! Pena que nem todos tiveram a mesma oportunidade.
Será que ainda dá tempo??

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Visita, passeios, estágio...

Os últimos dias foram bastante intensos por aqui! Depois de 1 ano e 3 meses que saímos do Brasil, minha mãe veio nos visitar! Como não é todo dia que isso acontece (quem dera!), pedi uma semana de folga do meu estágio pra aproveitar ao máximo os primeiros dias dela por aqui. E aproveitamos mesmo! No dia seguinte da chegada dela fomos a Niagara Falls e Niagara on the Lake. Não conhecíamos essa cidadezinha. O passeio vale a pena. A cidade é bem charmosinha. No outro dia fomos pra Nova York! E aqui fica a dica: fomos de ônibus!!! Claro que de avião é um pulinho, mas achamos melhor economizar (passagem de ida e volta a 80 dolares!), e em cerca de 10 horas estávamos a algumas quadras da Penn Station. A passagem pela fronteira foi mais tranquila do que eu imaginava. Todos tiveram que descer do bus com suas respectivas malas, e responder àquelas clássicas perguntas: "onde vc vai? fazer o quê? quanto tempo fica?". Achei que fosse demorar mais, mas em 40 minutos já estávamos de volta à estrada.
Passamos 4 dias por lá e deu pra conhecer bastante coisa! Como o Pedro já conhecia, ele sabia onde valia a pena ir, então estávamos com um guia a tira-colo!
Amei NY e voltei pra Toronto com a sensação de que minha mãe não fosse achar a mínima graça da nossa cidade! Mas ela gostou demais! Claro! Toronto é realmente uma cidade maravilhosa!
Como eu tive que voltar pro meu estágio, eu estava tendo "jornada dupla": trabalhando das 8 às 4h30 e passeando até lá pelas tantas! Chegávamos todos os dias depois de o sol se pôr (lê-se, no verão, depois das 9 da noite). Durante o dia, ela passeava sozinha, a não ser por um dia em que eu "contratei" uma ótima guia pra mostrar a cidade pra ela! Obrigada de novo, Fabi! Em um dos finais de semana fomos com as famílias Cuizzi e "Moraes Campos" para Unionville almoçar e tomar chuva... acabamos no Yorkdale Mall porque estávamos cansados de ficar abrigados no coreto do lugar!! Minha mãe participou até do nosso famoso Clube das Lulus no High Park!!
Foram 20 dias muito gostosos na companhia dela, mas que passaram incrivelmente voando! Ela voltou pro Brasil na última quarta-feira e me deixou com um aperto muito forte no peito! Uma sensação mais ou menos igual a de quando viemos pra cá em abril do ano passado. Tomara que eu possa ter fortes emoções todos os anos!!

Agora estou de volta à realidade... ansiosa para o fim do estágio e mais ainda para conseguir um emprego. O lugar onde estou é bem bacana, e a minha turminha (babies de 11 meses a 1.5 anos) é apaixonante! Achei que ficaria meio entediada com essa faixa etária, mas não!! É muito gostoso, e não tem um dia que eu vá pra lá contrariada!
O day care fica dentro de um centro comunitário e as crianças têm aula de música e fazem até natação duas vezes por semana. Esta semana foi minha vez de ir pra piscina com um deles! Tá me dando até mais vontade de providenciar um bebezinho pra mim!! Fico sem graça de apertar muito os filhos dos outros! O meu vai sofrer nas minhas mãos!!! hehhe

Este post foi mais pra manter o blog vivo!!! Já estavam me cobrando atualização há muito tempo, e dizem que não é muito bom contrariar cunhadas!!! Né, Laura?! =)

Seguem algumas fotos dos dias que minha mãe esteve com a gente!










sábado, 3 de julho de 2010

Quase acabando!!

Pois é! O que parecia tão distante está chegando ao fim! Ontem foi meu último dia de aula no College!!! Segunda-feira começa meu terceiro estágio, e daqui a seis semanas já serei uma profissional em educação. Aí vai começar a saga pela procura do meu primeiro emprego no Canadá. Na verdade a busca já começou. Tenho mandado currículos e já fiz algumas entrevistas. Dizem que não é difícil conseguir emprego nesta área por aqui (Early Childhood Education). Vamos ver!!

Foi um ano bastante intenso pra mim! Eu já estava sem estudar há quase 8 anos, quando me formei em jornalismo. E encarar um curso intensivo, em inglês, estando no Canadá há apenas 4 meses (quando comecei no College) não foi "bolinho" não! No começo eu tinha dores de cabeça nas aulas, de tanto prestar atenção pra entender tudo! Mas logo o cérebro tomou o controle da "tecla SAP", e eu posso dizer que meu inglês deu uma bela melhorada!

O curso é bem puxado. O meu College (Mothercraft) é o único que oferece esse curso em um ano. Nos outros todos ele é feito em dois. Eu acho que fiz muito mais trabalhos e apresentações aqui em um ano do que na faculdade no Brasil em quatro!

Tivemos que fazer alguns sacrifícios... deixar de fazer alguns passeios e viagens... mas acreditamos que esse investimento (de tempo e dinheiro) vai ser recompensador. Já ganhei uma bagagem cultural enorme, só de conviver com pessoas de vários lugares do mundo. Na minha sala, metade são canadenses, e a outra metade, não-canadenses.



Nesta foto, Mubashra (Paquistão), Flutura (Albânia), eu (Brasil) e Nadezda (Rússia)


Bom... o intuito deste post é dizer aos que estão por vir (e mesmo aos que já estão aqui) que nada é impossível quando se traça e se luta por um objetivo. Saí do Brasil sem a mínima ideia do que faria por aqui, mas não desanimei. No começo até pensei em trabalhar com algum "survival job", mas sem sucesso.

Aliás, preciso dar uma passadinha naquele salão de beleza (onde não fui capacitada o suficiente pra atender o telefone) e dar um beijão na dona!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Um casamento diferente

Semana passada fui a um casamento judeu aqui em Toronto. Uma das minhas colegas do College é de família judia e convidou, além de mim, uma outra colega (russa) para o casamento da irmã dela. Como ela estava super empolgada com a ocasião, achei que seria chato deixar de ir... e eu também estava bem curiosa pra saber como seria esse casamento, já que a família segue à risca toooodas as regrinhas da religião. Pra vocês terem uma ideia, na casa dessa minha amiga existem duas cozinhas, porque derivados de leite não podem misturar com carne. Então eles têm duas pias, duas lava-louças, dois microondas, duas geladeiras, e por aí vai! E quando se trata de relacionamento entre casais, também têm várias regras. A noiva do casamento que eu fui começou a "namorar" o noivo em Abril deste ano. Coloquei namorar entre aspas, porque esse namoro se limita a conversas... eles não podem nem pegar nas mãos! (ainda bem que isso só durou dois meses né! heheh). Depois que a mulher se casa, ela deve cobrir os cabelos, então a maioria das mulheres judias usam peruca. Quando fui à casa dessa família, não teria percebido que a mãe da minha amiga estava de peruca se ela não tivesse me falado. No quarto do casal têm sempre duas camas. Isso porque quando a mulher está menstruada, o homem não pode encostar nela. Se nesse período ela precisa entregar alguma coisa para o homem, por exemplo, um copo... ela deve colocar o copo na mesa, e depois que ela tirou a mão do copo, o homem pode pegar. Isso entre muitas outras coisas, que não vou detalhar aqui senão o post fica muito grande, e eu quero mesmo contar como foi o casamento!
Pois bem... lá fui eu com a russa pro casamento! O Pedro não foi convidado porque como os homens ficam separados das mulheres o tempo todo, minha amiga quis evitar que ele ficasse deslocado por lá. Estava um calor de rachar, e lá fui eu, às 5 da tarde, com uma saia pra baixo dos joelhos e manga comprida, além de um lenço em volta do pescoço. Eu cheguei a vestir meia-calça, mas como estava derretendo, arranquei a meia antes mesmo de sair de casa. Um parêntesis: As mulheres não podem mostrar do joelho pra cima, nem do cotovelo pra cima. E nada de decote!
Chegando no local do casamento, fomos encaminhadas para a sala das mulheres. Lá estava a noiva sentada numa cadeira de rainha, com a mãe de um lado e a sogra do outro. Logo se formou uma fila para a mulherada cumprimentar a noiva. O vestido dela era como os nossos vestidos de noiva mesmo. Ops... não! Não era "tomara-que-caia"!!! Era de manga até o cotovelo! Mas bem bonito!
Depois de uns 40 minutos só vendo mulheres por todos os lados, começamos a ouvir uma cantoria se aproximando! Eram os homens, que estavam todos cercando o noivo, e entrando na "nossa" sala. Eles estavam muito alegres, cantando e batendo palmas. O noivo se aproximou da noiva, e minha amiga (irmã da noiva) entregou um véu para ele. Ele então pegou o véu e colocou na cabeça da noiva... e os homens se retiraram do mesmo jeito que entraram. Cantando, bem felizes!
Quando finalmente "nossa" sala voltou ao "normal", vi que a noiva estava com o rosto completamente coberto pelo véu... Mas não era um tule fininho não!! Era um pano grosso, branco, que tampava completamente o rosto da noiva. Segundo minha amiga explicou, isso significa que a noiva confia cegamente no noivo. Ela nem precisa vê-lo!
Bom... chegou a hora de irmos para o local da cerimônia, a sinagoga. Homens de um lado, mulheres do outro, e eu e a russa lá em cima, no mesanino, pra ver tudo nos mínimos detalhes!
O primeiro a entrar é o noivo, acompanhado da mãe. Assim que sobem ao altar, a mãe coloca uma espécie de jaleco branco no noivo. Isso simboliza a pureza dele, já que no dia do casamento todos os pecados são perdoados. Em seguida entraram mais algumas pessoas que imagino serem uma espécie de padrinhos... e a noiva surgiu amparada de um lado pelo pai, e de outro pela mãe. Eles estavam literalmente guiando a menina (de 21 anos!) porque ela não devia estar enxergando nada! Chegando ao altar, o pai fica do lado dos homens, e a sogra e a mãe começam a guiar a noiva em volta do noivo. Elas deram 7 voltas em volta dele! Isso significa que a noiva está "nas nuvens"!
E começa a cerimônia... Ah!! Os noivos ficam de frente para a "platéia" e é o celebrante quem fica de costas. Achei isso bem legal.
A maior parte da cerimônia foi em hebraico. De vez em quando eles cantavam umas músicas muito bonitas, mas pra falar a verdade eu não entendi bulhufas da celebração! A certa altura, alguém levantou o véu da noiva e ela tomou um gole de vinho... depois vim a saber que existem 7 bênçãos durante o casamento, e o vinho é tomado pelos noivos em uma dessas bênçãos. E a última coisa, a que marca o fim da celebração, e o começo do casamento, é quando é colocado um copo de vidro (enrolado num pano) no chão, e o noivo pisa com tudo pra quebrar. Na hora que quebra, a noiva tira o véu do rosto, e dá um abraço... na mãe dela!!!!!!!! Achei que nesse momento ela pudesse finalmente encostar no marido pela primeira vez, mas os casais (mesmo os casados há 50 anos) não podem se encostar em público.
A explicação que minha amiga me deu para o copo sendo quebrado... não colou! Ela disse que esse é um momento de tristeza... que apesar dos noivos estarem felizes, eles precisam nessa hora se lembrar que existe fome e pobreza no mundo. Tá! Prefiro a explicação que o Pedro sugeriu: é outra coisa que está sendo quebrada... rompida! Esse lance de pobreza deve ser o que eles explicam para as crianças!
Bom... os noivos saem da sinagoga cantando e dançando, acompanhados pelos homens... e as mulheres vão para o local onde vai ser servido o jantar dos convidados. Era um salão enorme, com uma cortina no meio. De um lado os homens, do outro, as mulheres. Nessa hora todos jantam (menos a família dos noivos, que jantarão mais tarde, todos juntos), e os noivos vão para uma salinha privada. EU ESPERO, DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO, QUE NESSA HORA ELES TENHAM PELO MENOS PEGADO NAS MÃOS!!
Quando acabamos de jantar, foi anunciado que os noivos estavam chegando. Então, os homens já trataram de ir buscar o noivo para o lado deles, e as mulheres buscaram a noiva para o nosso lado.
A festa foi muito animada, apesar da cortina separando os sexos! As mulheres fizeram uma roda em volta da noiva, e até eu e a russa nos juntamos a elas! Mas percebemos que as pessoas não queriam muito ficar de mãos dadas com a gente... Assim como na hora da fila do buffet, parecia que éramos fantasmas. As pessoas olhavam pra gente e furavam fila. Tá na nossa cara que não somos judias... foi a primeira vez que senti na pele o poder do preconceito!
Mas... voltando à festa: todos dançam de um jeito extremamente animado! Pulando, cantando... parece até carnaval! De repente apareceram umas bolas coloridas, sabe-se lá de onde... e depois o noivo apareceu por cima da cortina, sentado numa cadeira, levantado por alguns homens do lado de lá. Então, a noiva sentou numa cadeira e a mulherada fez o mesmo... Um espiando a festa do outro, por cima da cortina.
Como era uma segunda-feira, não podíamos abusar do horário, e quando fomos embora a festa ainda estava no auge!





Na foto, eu com a irmã da noiva (que tem 19 anos e está louca pra casar) e a russa.

Respeito a tradição deles... Não deve ser fácil viver desse jeito em pleno século 21... Deve ser mesmo muito emocionante o dia do casamento pra eles. Imagina!!! Tudo acontecendo ao mesmo tempo! Mas mesmo eu tendo namorado durante 8 anos com o Pedro antes de casar (e de ter tido outros namoradinhos antes) não acho que meu casamento tenha sido menos emocionante que esse! Pelo menos eu sabia muito bem com quem estava me casando!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Cuidado com a língua!!


Fim de tarde... seis mulheres reunidas num restaurante pra botar o papo em dia, e conversa vai, conversa vem, acabamos chegando num papo beeem cabeludo (que, por motivos óbvios, não será reproduzido neste blog!)

Tudo muito divertido, gargalhadas, e a sensação de "liberdade" de poder falar bobagem sem precisar cochichar, já que estamos no Canadá, sem brasileiros por perto, e ninguém entende o que estamos falando.

Lá pelas tantas, um senhor se aproxima da nossa mesa com um cartãozinho... falando um português com sotaque bem canadense, e misturando com inglês, ele estava fazendo propaganda de um lugar que toca música brasileira. Na mesma hora me arrependi de ter ido com uma camiseta nada discreta, verde limão, com a bandeira do Brasil. Pra falar a verdade nem prestei atenção no que o homem falava, porque a minha vontade era de me enfiar debaixo da mesa, imaginando que ele pudesse ter entendido tudo o que estávamos falando. Me deu um ataque de riso e o homem não parava de falar!!! Que vergonhaa! No fim só ouvi ele falando que nesse lugar têm muitos rapazes cubanos... (?!). Falou alguma coisa de samba... salsa! Deve ter achado que éramos qualquer coisa, menos mulheres casadas!!!

Não temos certeza se o cara entendeu o teor da conversa, mas o papo animado parou por ali!!

Fica aqui a dica: cuidado!!! Nem só os falantes de português entendem português!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Toronto Zoo




Aproveitamos o feriado de Victoria's Day pra conhecer o Toronto Zoo! A ideia era chegarmos lá assim que abrisse, às 9 horas, porque a previsão pra ontem era de muito calor, e além disso, sendo feriado, imaginamos que estaria bem cheio! Maaaas como ainda somos pessoas sem-carro e como todos os trabalhadores do Canada merecem descansar, acabamos chegando lá quase 11 horas porque o metrô só começa a operar às 9 da manhã aos domingos e feriados.

A viagem até lá é longa! Pegamos o metrô até a Kennedy (última estação da linha verde - East) e de lá, pegamos o ônibus nº 86A até o estacionamento do zoológico (da estação até lá dá quase meia hora!).

Como era de se esperar, o parque estava bem cheio, mas tudo muito bem organizado... não ficamos nem cinco minutos na fila. Dica para os usuários do TTC: apresente seu metropass na hora da compra do ingresso e ganhe um desconto de 15%!

Gostamos bastante do zoo. Faz tempo que fui ao zoológico no Brasil, mas não me lembro de ver os bichos tão de perto como aqui. Os cangurus, por exemplo, ficam numa área sem cerca nenhuma! Tem apenas um aviso pedindo que as pessoas não ultrapassem o gramado. Pena que eles estavam meio longe, na sombra!

Os orangotangos são os mais palhaços! Parece que ficam se exibindo de propósito para os primos humanos fotografarem! Os gorilas também são bem engraçadinhos! Tinha uma mãe-gorila cuidando do filhotinho do mesmo jeito que nós fazemos! Parece até que o macaquinho tinha uma fralda!


Mas quem estava fazendo um show à parte era o urso polar. O coitado devia estar morrendo de calor, então ficava nadando de um lado pro outro, em vários estilos. Na ida, nadava crawl, e na volta, costas. Olha só que folgadão!


Uma ala do zoológico que achamos bem legal é o "Splash Island", que é uma parte que parece um parque aquático, com chafariz, pra criançada se refrescar. Nessas horas dá vontade de voltar a ser criança!! Aliás, em quase tudo quanto é parquinho por aqui tem esses chafarizes. O pessoal dá muuito valor ao verão. No ano passado, quando chegamos, achava engraçado. Agora (depois de ter passado pelo inverno) eu entendo bem o porquê!

Apesar de bem grande, achamos fácil andar pelo parque. É tudo bem sinalizado, e a infra-estrutura é ótima, com restaurantes e banheiros em vários pontos. Claro que como em qualquer lugar desse estilo, um simples lanche não sai baratinho... e a garrafinha de água foi $3.15! Mas debaixo de um sol de 30º ninguém discute o preço!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Festival de Tulipas de Ottawa


Já tínhamos ouvido falar no Festival de Tulipas de Ottawa desde antes de nos mudarmos pro Canada. Não que sejamos os maiores admiradores e entendedores de flores, mas sabemos apreciar o que é bonito, então desde o ano passado pensávamos em ir lá pra conferir. Mas só na semana passada, enquanto pesquisava as atrações da cidade nesta época, é que fiquei sabendo do motivo desse festival: durante a Segunda Guerra Mundial, a rainha da Holanda, que estava no Canada, acabou dando à luz uma de suas filhas por aqui. Acontece que para que a menina pudesse ser princesa, ela deveria ter nascido em solo holandês. Sendo assim, o então Primeiro Ministro do Canada "transformou" uma ala do hospital em solo holandês, o que fez com que a criança, mesmo tendo nascido no Canada, fosse uma princesa holandesa. Então, em agradecimento, todos os anos a Holanda manda bulbos de tulipa pra cá. Legal, não?!

Bom... fomos pra Ottawa sábado cedinho. A viagem foi bem tranquila, a não ser por uma aranha que entrou sabe-se lá de que jeito no carro, e me deixou em pânico. Eu gritava tanto e pedia pro Pedro parar o carro pra matar a bicha, que ele começou a ficar assustado, achando que se tratava de uma aranha caranguejeira! Pra mim era quase... Como no ponto em que estávamos não havia acostamento, acabamos desviando um pouco o caminho (pra parar num posto) e a viagem ficou um pouquinho mais longa. Mas foi bom, porque além da aranha ter sido esmagada, nós ficamos conhecendo um pedacinho de uma das cidade das 1000 ilhas: Gananoque. Com certeza qualquer hora vamos passear por lá!

Demos com a cara na porta do hotel que havíamos reservado, porque chegamos às 10h30, mas o check-in só poderia ser feito às 3... Beleza! Deixamos o carro no estacionamento do hotel e fomos à pé até o Parlamento. (Um parêntesis: no fim do ano fizemos uma excursão com a Tai Pan Tours pra Ottawa, Montreal e Quebec, e o Parlamento e o Museu das Civilizaçoes haviam sido os únicos lugares da cidade que "conhecemos". Voltamos pra Toronto, na época, com a impressão de que Ottawa era uma cidade feia e sem graça. Tava um frio sem explicação e ficamos só uns 10 minutos ali na praça). Nossa impressão começou a mudar logo que chegamos. A cidade é muito gostosa, limpíssima e organizada! Com as tulipas, então, fica ainda mais charmosa! Queríamos ter entrado no Parlamento, mas tinha uma fila de quase uma hora de espera, então deixamos pra ir depois. Ficamos passeando em volta dos prédios do Parlamento e também pelo Rideau Canal. Encontramos um dos pontos do festival, o qual, como tudo quanto é festival por aqui, abrigava, não somente barraquinhas da Holanda, mas de vários outros países, inclusive o Brasil. Cheguei perto do stand pra ver o que tinha, e quando li: "coxinha", meus olhos até brilharam! Mas achamos muita sacanagem pagar 2 dólares numa coxinha menor que uma bola de ping-pong! Ficamos andando pela cidade e chegamos no "burburinho": o Byward Market - um pedaço da cidade cheio de restaurantes, pubs, uma feirinha de flores (claro!), frutas, doces, artesanato, e um quiosque de Beaver Tail, que pelo visto faz muito sucesso, porque estava lotado!

Tudo isso fizemos antes do check-in... então às 3 horas fomos pro hotel dar uma descansadinha e mais tarde saímos pra "almojantar" num lugarzinho que paqueramos durante as nossas andanças: Zak's Dinner. Eu comi uma quesadilha de frango maravilhosa e o Pedro, um sanduíche chamado Philly Cheesesteak. Estava tudo muito gostoso! Sabe quando a gente come e não cansa de repetir: "isso aqui tá muito bom!"?! Mas o destaque vai para o milk shake, que enche dois copos e custa só 5.99!!! Da última vez que fomos no The Fifties, no Brasil, há mais de um ano, o milk shake custava 16 reais! Fora da realidade!

À noite demos uma chegadinha em Gatineau... passeamos um pouquinho por um parque logo depois da ponte que divide as duas cidades (e tb as duas províncias... Ontario e Quebec), mas logo voltamos. Eram umas 9 da noite e a cidade estava deserta! Só estávamos nós, os esquilos e um castor no parque! Mais cedo tínhamos visto um raccoon e um coelho. Parece que a variedade desses animaizinhos é bem maior praqueles lados que em Toronto!

Domingo fez um dia lindo e, depois de visitarmos, finalmente, o Parlamento*, ficamos em dúvida se alugávamos bikes pra pedalar por umas trilhas que parecem bem legais, ou se iríamos até um parque no Dow's Lake. Ficamos com a segunda opção, e não nos arrependemos. O parque é lindo, o lago é lindo, e tinha muuuito mais tulipas lá do que no centro de Ottawa. Demos umas andadas por ali, e experimentamos o tal Beaver Tail, que parece mais gostoso do que realmente é!

Pegamos novamente a estrada lá pelas 3 da tarde, com o coração na mão! Com certeza vamos voltar mais vezes a Ottawa, e recomendamos a viagem! São cerca de 450 Km de Toronto até lá, mas super sossegado e sem a parte chata (e cara!) dos pedágios, como no Brasil. Da próxima vez vamos pesquisar hotel em Gatineau, que imaginamos ser um pouco mais barato!

* btw, a visita ao Parlamento vale a pena! Na entrada são distribuídas senhas com os horários das visitas guiadas - for free - e é possível entrar em algumas das salas do prédio, desde que elas estejam desocupadas (isso varia de acordo com o dia da visita). O prédio é bem bonito não só por fora! No final da visita, que tem duração de 45 minutos, pode-se subir de elevador até a torre para ver a cidade lá do alto.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Plim plim!!


Uma das coisas que combinamos ainda antes de virmos pra cá seria que não assinaríamos a Globo. Isso porque achávamos que seria importante evitar ao máximo ouvir a língua portuguesa, e mergulhar com tudo no inglês. Eu achei que seria um sacrifício pra mim, já que sempre fui noveleira! Mas a verdade é que com a correria do dia-a-dia, trabalhos do College, e a TV sempre ocupada com os jogos de baseball, futebol americano, basquete, hockey, golf, futebol (sim, o Pedro assiste todos os esportes), eu passei muito bem um ano sem ver novelas! E outra, os seriados daqui - ainda que eu não acompanhe fielmente nenhum - quebram bem o galho!

Por duas vezes desde que estamos aqui o sinal da Globo na Rogers foi liberado, mas apenas durante alguns dias. E das duas vezes aproveitamos pra assistir um pouquinho de Jornal Nacional, Fantástico, ou mesmo algum programa à noite como A Grande Família e um capítulo ou outro de novela. Eu sei que tá cheio de gente aqui, e mesmo no Brasil, que tem aversão à Globo! Mas eu não tenho vergonha de dizer que assisto e gosto!

E não é que ontem o Pedro teve a brilhante ideia de assinar a Globo?! Diz ele que é porque este ano teremos as ilustres visitas da minha mãe, minha tia, minha avó e meu irmão (não todos de uma só vez, mas todos no segundo semestre!) e a família é toda noveleira. No fundo eu sei que ele está é sentindo falta de assistir futebol narrado pelo Galvão (haha). E daqui a pouco começa a Copa! Tá certo que a Globo Internacional não vai transmitir - droga! - mas poderemos ver a cobertura no JN.

Ontem à tarde vimos o jogo do Santos e Santo André... à noite vimos um pedaço do Fantástico, e hoje estou de molho em casa por conta de um resfriado chato acompanhado de febre, e foi bem legal almoçar assistindo o Jornal Hoje e depois cochilar no sofá vendo Video Show, que está fazendo uma homenagem aos 45 anos da emissora. Dá a impressão de que não estamos tão longe! Pena que as notícias ruins ainda predominam... Mas pelo menos vou poder voltar a ver minhas novelinhas!! Plim-plim!!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Estágio # 2


Estou no meu segundo estágio, de um total de 3 para concluir meu curso de ECE (Early Childhood Education). Em comparação com o primeiro, desta vez estou muito mais tranquila e confiante. O "choque" já passou. Mas agora os desafios são outros... bem maiores! Agora estou com uma turminha de Kindergarten (4 a 5.5 anos). Geeeente!!! Não é mole não!!! As crianças nessa idade já estão beeem espertas, e algumas bem sem educação! As professoras ficam o tempo todo chamando a atenção, pedindo pra parar, pra pedir desculpa, pra não gritar, pra se comportar, pra descer a escada direito, pra não jogar brinquedos nos amigos, pra ouvir, pra respeitar... e ameaçando ligar pras mães... e mandando pra diretoria... (sim! Crianças de Child Care indo pra diretoria!)

Outro dia um dos meninos "surtou"! Dois deles estavam brigando e uma professora substituta (a oficial estava de férias) foi acalmá-los. Coitada! Acabou sobrando pra ela! Ela saiu com o braço sangrando, de um arranhão, e a canela roxa, de um chute! Fiquei em choque! Nunca tinha visto uma criança tão descontrolada! Depois a professora comentou comigo que esse menino era um doce até no ano passado. No mínimo deve estar passando por algum problema em casa. Uma vez, no playground, um dos meninos estava irritando uma menina, e uma outra (que é atentada demais!) ficava cochichando pra amiga: "just pinch him!" - ou seja, "belisca ele!"

Não sei não... mas tenho a impressão de que quando eu era criança, as professoras tinham muito mais autoridade. Ou as crianças tinham mais educação?!

Mas além das crianças mais encapetadas têm muitas bem simpáticas e boazinhas! Uma delas é minha professorinha de inglês! Ela adora corrigir minha pronúncia de "th", como "three", "they" etc. Vira e mexe ela aponta pra língua dela entre os dentes, e me faz repetir! hahah

Assim que comecei nessa escolinha, achei que nunca fosse conseguir memorizar os nomes das crianças! Aí vão alguns deles: Kidus, Malakai, Malaika, Micah, Shyhiem, Mihret, Melat, Saiera, Malcolm, Zion... e eles também penaram um pouquinho pra memorizar o meu. Virei Rosedela, Gloriela, Tanela... Mas agora tanto eu quanto eles não temos mais esse problema!!

Um dos meus desafios com essa turma é fazer com que eles me respeitem. Como eles já entendem que sou apenas uma estudante lá, alguns não estão nem aí pra mim. Posso pedir, falar e repetir que eles nem me dão bola! Sabem que daqui a alguns dias eu não estarei mais lá!!
Mas apesar de passar nervoso - hoje mesmo eu levei um empurrão na boca do estômago, que me deixou até enjoada - eu recebo muito carinho! Sempre que chego tem alguém que corre pra me dar um abraço... fazem desenhos pra mim... tem uma menininha muito fofa que adora passar a mão no meu cabelo, e adora meus olhos verdes (tudo bem que os dela são azuis!!). Outro dia ela estava me contando que "costumava ter 3 anos e meio, mas que agora tem 4 e meio". Então perguntei quantos anos ela achava que eu tinha, e ela disse: "51!!" Quando eu disse que nãaaooo (com bastante ênfase) ela perguntou: "52?" hahaha Ok... trabalhar com crianças me deixou mais de 20 anos mais velha! Mas eu nem fiquei brava com ela, porque ela encerrou a conversa assim: "can I have a hug and a kiss?" (não dá pra ficar brava né?!)

Mais uma pérola: outro dia uma menina me disse que a mãe dela estava no trabalho. Olhei no relógio e disse: "a minha mãe também está trabalhando agora!" A menina me olhou bem séria e disse: "você não tem mãe! Você é grande, você não precisa de mãe!" hahaha quando eu perguntei pra ela se ela tinha avó, e expliquei que a vovó é mãe da mamãe ou do papai, ela retrucou: "você sabia que Jesus morreu na cruz pra nos salvar?" (cada uma!)

Uma grande barreira pra mim, no estágio, é a língua. Apesar de conseguir me comunicar em inglês, não tenho aquela coisa rápida de dizer, por exemplo: "Kidus, presta atenção na escada! Segura seu casaco direito que ele está arrastando no chão... Alguém pode tropeçar e rolar escada abaixo!" Até falo tudo isso, mas num ritmo que não acompanha a urgência do recado! É capaz que quando eu acabar de falar tudo isso as crianças já estarão rolando!

Tirando proveito dessa minha barreira, e aproveitando que eles adoram soletrar, fiz uma atividade de soletração em português! Fiz alguns quadrinhos com desenhos e o nome da figura tanto em inglês quanto em português. Eles adoraram!!! Os quadrinhos continuam expostos na sala de aula e vira e mexe uma das crianças me pergunta como é a pronúncia em português. Algumas são mais curiosas e querem saber várias outras palavras em português. Elas ouvem atentas e repetem. Nessa hora eu me sinto no comando!! =)

Comparando kindergarten com toddlers (1.5 a 2.5 anos, que foi meu primeiro estágio), é mais fácil elaborar atividades com os de hoje, por exemplo, já que os menorzinhos não têm muita concentração. Em compensação, os toddlers não têm as "maldades" que os mais velhos já têm. Eles ainda respeitam mais as professoras, e qualquer coisa, é só pega-los no colo e levar pra onde quisermos, coisa que é impossível fazer com os mais velhos! Um dos meninos de 5 anos da minha turma bate quase no meu ombro!!

Meu último estágio será com infants, que são bebês de até 1 ano e meio. Aí terei que trocar fraldas, dar mamadeira, comida, ajudar a andar... Não sei não, mas algo me diz que no futuro eu vou preferir trabalhar com... quem arrisca um palpite?!

Segue um link pra uma música que as crianças cantam todos os dias, sem falta, e que está grudada na minha cabeça! (Wavin' Flag)

domingo, 11 de abril de 2010

Um ano!

Nossa última foto no Brasil. Olhos marejados e cabeça a mil: saudades antecipadas e esperança
de que a escolha tivesse sido a mais acertada. Foi!

Hoje faz um ano.
Um ano que passou voando, mas que foi, sem dúvida, o mais intenso.
Um ano de muitas conquistas: de amizades, de conhecimentos, de maturidade, de coragem...
Um ano longe de casa...
Um ano na nossa nova casa!
Saudades?! Muitas!!
Arrependimento?! Nenhum!

UM ANO NO CANADA! EH!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Pão de queijo

Um dos meus pratos (se é que se pode chamar isso de prato) preferidos é PÃO DE QUEIJO! Nasci em MG!! Não nego a raça!!
Logo que chegamos por aqui eu conheci o pão de queijo de pozinho da Yoki, e estava me virando com ele mesmo, mas sempre acrescentava um pouco de queijo ralado e sal, além do ovo e da água que a receita manda.
Mas esta semana o Pedro viu uma receita bem simples no Oi Toronto e eu resolvi experimentar. Como na receita manda assar em forma de muffin, fui comprar uma porque achei que a massa fosse ser bem molinha e eu não fosse conseguir enrolar. Mas no fim eu comprei e nem usei, porque a massa ficou ótima pra fazer bolinhas... mais simples!
De acordo com a receita, temos que bater todos os ingredientes no liquidificador, mas apertando a tecla "pulse", ligando e desligando. Comecei fazendo isso e senti um cheiro estranho... como este já é o meu segundo liquidificador em menos de um ano (queimei um fazendo um bolo) achei melhor tirar a massa - que já estava praticamente pronta - e acabar de amassar na mão.
Gostei bastante do resultado! Esqueci de tirar foto, mas ele ficou bem bonito, daqueles que racham e abrem... hummm E a receita rendeu mais do que a da Yoki. Deu umas 30 bolinhas (da Yoki dá umas 20)

Segue a receita:

1 ovo
1/3 de copo de óleo
2/3 de copo de leite
2 1/2 copo de polvilho azedo (*comprei no Nosso Talho - sour starch / amido azedo)
1/2 copo de queijo ralado
sal

Pré-aqueça o forno em 400ºF. Amasse, faça as bolinhas e leve ao forno por 20 minutos. Me convide pra comer que eu digo se ficou bom!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Um pulinho em Buffalo


Ontem fomos dar uma voltinha no nosso vizinho aqui de baixo. Foi nossa primeira vez nos EUA por terra, e a experiência foi interessante.

Maaas... antes de cruzar a fronteira, fomos tomar um café da manhã mais do que caprichado no Ihop em Niagara (ON), pra já ir entrando no clima! Eu até que comi um ovinho, mas lingüiça de café da manhã não desce! E pra completar, um belo crepe com morango! Isso explica algumas coisas: por que esse povo não almoça e por que são bem fofinhos!

Cruzando a fronteira: tivemos que tirar foto e impressões digitais , além de pagar uma taxa de 6 dolares cada um e responder algumas perguntas. Isso é de praxe a cada 6 meses que se visita o país. Coisa rápida, que resolvemos em cerca de meia hora.

Fomos direto pra um shopping outlet com nossos guias e motoristas (sacanagem!!). Realmente as coisas nos EUA são mais baratas, além de pagarmos só uma taxa (de 8%). Aqui é uma de 5 e uma de 8...

No fim do dia fomos comer (ainda que sem fome por causa do café da manhã) no The Cheesecake Factory. Meeeu Deus!! O que é aquilo?! Nossos guias sempre falavam desse lugar, mas eu achava que era exagero da parte deles! O cheesecake realmente é inexplicavelmente maravilhoso! Quero voltar lá sempre e pedir cada vez um sabor diferente. Diz a lenda que cada pedaço tem umas 1000 calorias!! Mas nessas horas a gente tem que fechar os olhos e comer rezando!!! (e no dia seguinte, jejuar!)

A volta pro Canadá foi meio cansativa (mas nada que nos impeça de fazermos isso mais vezes)... Acho que por causa do horário (por volta de 5h30) pegamos 1 hora e meia de fila pra atravessar de volta!! Como eu vou ser educadora infantil, resolvi criar uma atividade pra distrair o pessoal. A Yuki achou tão interessante que dormiu! Mas o Pedro e o Mozart adoraram brincar de lembrar os nomes dos 50 estados americanos! Hehehe Pelo menos matamos um pouco do tempo!

Finalmente quando chegou nossa vez, o policial perguntou umas coisinhas nada a ver como: “quando eu for pro Brasil terei onde ficar?” – quase respondemos que lá tem bastante hotel! Perguntou também há quanto tempo moramos em Toronto, se gostamos do clima, onde fomos, o que compramos, o que comemos... quando respondemos que comemos no Cheescake ele entregou os PR Cards e disse: “Get out of here!” (será que ele prefere um Boston Cream?!)