quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Road Test...


Hoje foi dia de fazermos a prova G. O Pedro não trabalhou, por causa do Remembrance Day, e eu tirei um dia de folga para isso. Fomos para Brantford, uma cidade a uma hora de Toronto, porque foi o único lugar que tinha vaga para hoje.

O Pedro estava nervoso. Ele já tinha tentado a G uma vez, no ano passado, e tinha sido reprovado, então fez a G2 e passou.
Eu estava mais tranquila. Fiz quatro aulas para pegar os macetes das leis de trânsito de Ontario, e recebi, em todas as aulas, elogios do meu instrutor. Segundo ele, eu estava bem melhor na highway do que nas ruas, onde eu cometia alguns errinhos simples, mas que tinha prática e me daria bem...

Lá fomos nós. O Pedro foi antes, e voltou depois de uns 20 minutos com a aprovação e um sorriso no rosto!! Fiquei feliz por ele!! Ele disse que o examinador dele - um senhor simpático - o deixou bem tranquilo. Ficamos torcendo para eu pegar o mesmo tiozinho... Mas chegou a minha vez, e minha examinadora era uma mulher. Foi simpática, se apresentou, disse que não me pediria nada ilegal, explicou que a máxima na highway do lugar era 100 Km/h e que era pra eu me atentar ao blind spot.

A primeira coisa que tive que fazer ao sair do estacionamento foi uma conversão à esquerda. Achei ótimo que o farol estava verde, e vinha um carro na pista oposta, mas estava longe. De repente, o farol virou pro amarelo, e não sei por que, em vez de parar, eu acelerei e fui!!!!!! Só ouvi o gritinho da instrutora: "uuuuuiiii!!!". Pronto! Assinei meu atestado de imprudência no primeiro comando da mulher. Tóin!!! Mesmo assim, não fiquei nervosa. Continuei o teste na boa... fiz three point turn, parallel parking, parada de emergência, parei completamente em todas as placas de stop... fui pra highway, entrei a 100 por hora e achava que estava virando a cabeça pra lá e pra cá, como deveria.

Voltando ao estacionamento, a mulher pediu que eu estacionasse e desligasse o carro. Então, ela me deu a notícia de que eu teria que refazer a prova por causa de diversos erros. Falou comigo como uma mãe dando bronca numa criança arteira: "o farol estava verde e você reduziu... e aí quando ficou amarelo você entrou!!" e começou a me perguntar: "em que pista nós devemos andar?? Na direita ou na esquerda?" (e eu só olhando pra ela...) "hein? em que pista?!" ( e eu: ...) Ela continuou - "na direita!!! Mesmo que viremos numa rua à esquerda e comecemos a andar na pista da esquerda, temos que passar para a direira imediatamente depois, porque a pista da esquerda é para ultrapassagem!" (nessa hora eu fiquei com raiva do meu instrutor, que não me atentou a isso!!!). E a "bronca" continuou: "e o blind spot?! Você olhou para os espelhos o tempo todo, mas não vi você virando a cabeça por cima do ombro! Blind spot é isso, ó: (e começou a virar a cabeça pra um lado e pro outro, como um ventilador)

Não preciso nem dizer que isso estragou meu dia!! Sei que não é o fim do mundo, mas agora vou ter que passar pela G2 e depois tentar a G de novo. Ou seja, vou ter que passar por testes por pelo menos mais duas vezes (contando que tudo dê certo!). Detalhe que já dirijo há 13 anos! Mas aqui no Canadá é assim: começar de novo. Em quase tudo!

Fica aqui a minha dica para quem ainda não fez a prova: EXAGERE nas viradas de cabeça!!! Tem gente que vai de boné, ou de rabinho de cavalo, pra ficar bem claro para os examinadores que a cabeça está sendo movimentada!

É... esse Remembrance Day vai ficar mesmo marcado na minha memória! Pelo menos ganhei uma barra de chocolate do "Mr. G Full" como prêmio de consolação :-/

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Touchdown em Cleveland

Sábado de manhã pegamos a estrada rumo a Cleveland - Ohio para assistir a um jogo de futebol americano entre Cleveland Browns e New England Patriots. Eu fui meio que de gaiato, porque nosso amigo que ia com o Pedro teve um imprevisto e precisou desistir da viagem. Na verdade eu não fiquei muito animada quando soube que "teria" que ir no lugar dele, porque não estava nada interessada nesse jogo, mas como viajar é sempre bom, lá fui eu arrumar a minha mochila às 11 da noite de sexta-feira.

Fizemos uma passagem recorde pela alfândega (via the Peace Bridge), que não durou nem 30 segundos e seguimos direto para Aurora, uma cidade que fica a 30 minutos de Cleveland (4 horas de Toronto), para conhecermos um outlet que vimos na internet. (tinha que ter uma compensação pra mim, né?!!). O outlet parece uma vila... ou um parque de diversões, mas de lojas. O lugar era diferente e agradável, mas os preços não eram muito convidativos e eu não encontrei a bota que queria...
Apesar de a temperatura não estar negativa, estava nevando! Nevando bastante até! Muito gostoso ver tudo branquinho... Veja: http://www.youtube.com/watch?v=2Q82X_MWIlM

Chegando ao nosso destino, fomos dar uma volta para conhecer a cidade... Não vi nada que tenha me chamado a atenção, a não ser pelo estádio do Cleveland Browns, que é moderno e bem bonito, e do Hall da Fama do Rock. Como eu estava certa de que acharia minha bota por lá, fomos a um shopping que, segundo nos informaram no hotel, era o melhor da cidade. Nunca vimos um shopping tão estranho e sem lojas como aquele!! Desisti da bota e como em downtown nada mais nos atraiu resolvemos jantar num restaurante que nos pareceu simpático, perto do nosso hotel. Só depois ficamos sabendo que trata-se de uma rede. Bem gostosinho!
Um parêntesis: parece que toda a cidade estava mobilizada por causa desse jogo, já no sábado. E não era decisão, nem nada... apenas um jogo. Todos uniformizados pelas ruas... torcedores tanto do Cleveland quanto do Patriots... será que eu era o único peixe fora d'água? Sim, porque o Pedro já tentou me explicar as regras do futebol americano algumas vezes, mas quem disse que eu entendo??

Domingo, o jogo começaria à 1 hora, então tínhamos algum tempo para andar ali por perto do estádio. Saindo do estacionamento a algumas quadras de lá, um torcedor do Cleveland, vendo que o Pedro estava com uma camisa do Patriots, se aproximou e disse que se nos apressássemos, veríamos os jogadores do Patriots saindo do hotel e entrando num ônibus rumo ao jogo. (Aí eu me pergunto: Corinthianos avisariam Flamenguistas, assim, tão amigavelmente, da possibilidade deles verem seus ídolos?!) Ficamos um tempinho por ali, assim como alguns torcedores - de ambos os times - e até vimos alguns dos jogadores, mas nada do "Sr. Gisele Budchen"! Que pena...

Bom... do jogo mesmo eu não entendi muita coisa. Mas adorei estar ali no meio de tanta gente animada!! Incrível como todos - homens, mulheres, crianças, idosos... - vestem mesmo a camisa e vibram a cada jogada bem sucedida! Sei que o Pedro gostaria de ter visto o time dele ganhar, mas eu achei bem legal o time da casa ter saído vitorioso. Acho que eu assisti mais a platéia do que o jogo em si! Todos se cumprimentando, conversando, comentando! Um clima muito legal. Fiquei até com vontade de entender o que estava se passando ali embaixo pra poder torcer também!! Acho que vou começar a estudar as regras!!

O jogo acabou lá pelas 4 da tarde, e era hora de voltarmos pra casa! A viagem de volta foi tão tranquila quanto a da ida. Ah! Passando pela Pennsylvania "perguntamos" ao GPS se havia algum shopping por ali e ele indicou um pertinho da estrada. Chegamos 20 minutos antes de as lojas fecharem e eu encontrei a tal bota!! Paguei bem mais barato do que pagaria no Canada, e além disso sem taxas! Valeu a viagem! hahah...


Adorei essa bandeira dos Estados Unidos no formato do mapa! (pena que estávamos do lado oposto...)


Pedro, antes do jogo, com a certeza de que seu time ganharia!

Tentando fazer com que o futebol americano entrasse na minha cabeça, de qualquer jeito!