segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Tá na cara!


Ultimamente temos feito um joguinho de adivinhação quando estamos nas ruas, e digamos que estamos certos em 100% das vezes. Na maioria das vezes é o Pedro quem repara, porque eu sou meio distraída. O "jogo" é adivinhar se aquelas meninas, aquele casal, enfim... aquelas pessoas são brasileiras. Incrível como brasileiro tem cara e jeito de brasileiro! Pra japonês, indiano, koreano... isso é muito simples e fácil. Mas nós, brasileiros, um povo "misturado", eu não imaginava que seria tão fácil adivinhar. E não estou falando só de quando estamos na região da Dufferin não (aliás, não gosto daquele lugar! Mas é lá que compro meu pão de queijo!). Quando estamos lá é mais fácil tentar adivinhar quem não é brasileiro!

Uma vez peguei o elevador com duas meninas brasileiras (e muitas outras pessoas) e elas estavam falando de dinheiro. Uma disse que estava com todo o dinheiro que havia trazido com ela, ali na mochila. Uns 2 mil dólares. A outra disse que tinha deixado 500 dolares no quarto e que estava com 700 na carteira. Elas conversavam sobre isso tranquilamente, supondo que ninguém entendia bulhufas. Só pra deixá-las espertas, segurei a porta pra elas passarem e uma delas me agradeceu: "thank you!" - e eu, bem sorridente: "de nada!"

Outro dia estávamos na região da Union Station e passaram duas meninas por nós. Elas não estavam conversando. Simplesmente andando... e o Pedro disse: "essas aí são brasileiras". Olhei pra trás e não concordei nem discordei. Não tinha como saber. Mais tarde, vimos as duas de novo, dessa vez conversando. Elas eram brasileiras mesmo! Só não consegui distinguir pelo sotaque se eram de Santa Catarina ou do Rio Grande do Sul.

Hoje, voltando sozinha no metrô lotado, comecei a ouvir uns brasileiros conversando. Gostei de ouvir palavras facilmente decifráveis (rs) e resolvi parar por ali mesmo e ficar escutando a conversa deles, como quem não quer (e não entende) nada. Estavam falando de compras... um tinha comprado um perfume da LaCoste, a outra, uma bolsa da Guess... estudantes torrando o dindin dos pais!!

Eu estava em pé, no corredor do trem, e quando olhei pro outro lado vi que duas meninas estavam olhando pra mim. Quando olhei pra elas, uma perguntou pra outra: "como você sabe?" e a primeira respondeu: "tá na cara, disfarça!". Pensei: "nossa... será que elas me conhecem?! Será que lêem meu blog?" (isso merece um parênteses: eu e o Pedro já fomos reconhecidos uma vez por causa do blog, né, Silvia Faian?! Então não seria tanta pretensão minha achar que alguém estava me reconhecendo no meio do metrô!).

Mas... eu estava ali observando aqueles brasileiros e nem me dei conta de que eu também sou brasileira. E eu também estava sendo observada e reconhecida pela minha aparência. As meninas continuavam intrigadas com a minha presença ali. Me analisando... mas não sei por que, nem disfarçaram mais. Começaram a comentar entre elas a quantidade de "brazucas" que tem em Toronto. E disseram que é fácil perceber pelas roupas, pela feição... Nisso, o trem parou na Dufferin Station (ca-la-ro!) e elas avisaram mais uns 3 ou 4 que estavam indo ao shopping (socorro!!! Tanto shopping legal por aqui... whatever...). Aí, como uma das meninas, insistia em olhar pra mim, eu disse pra ela: "É... Dufferin é o bairro dos brasileiros!!" e ela, toda feliz, puxou a amiga: "Você estava certa!! Ela é brasileira!"

Sou mesmo! Com muito orgulho!! =)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

7 meses depois...novo emprego e passeio a Woodbine.

Nesta quarta, feriado de Remembrance Day (ano que vem vou usar a tal poppy com certeza), completamos 7 meses de Canada.

A Daniela se encontrou por aqui quando achou seu rumo em agosto, com a faculdade e a expectativa de uma nova carreira.
Ja no meu caso, encontrei a felicidade quando comecei no meu novo trabalho, no ultimo dia 19/10.

O primeiro emprego eu consegui ainda no segundo mes por aqui e posso dizer que foi uma experiencia ruim e estressante, pra dizer o minimo, que me mostrou que nao eh so no Brasil que tem picareta.

Mas Deus escreve certo por linhas tortas e apos pouco mais de 3 meses de muita angustia com esta situaçao, recebi um telefonema pra uma nova entrevista na empresa em que estou trabalhando hoje, o que me pegou de surpresa, pois havia estado la para uma primeira entrevista na mesma epoca em que comecei no outro emprego, nem esperança tinha mais...

Talvez ter feito pensamento positivo possa ter ajudado: toda vez que descia na estaçao do metro York Mills pra pegar o onibus a caminho do trabalho, eu via o tunel que dava acesso pro predio dessa empresa em que trabalho agora, e automaticamente me vinha a mente como eu gostaria de deixar de pegar este maldito onibus e seguir pelo caminho oposto. E hoje toda vez que passo por la eu agradeço, o sonho se tornou realidade!


Agora tanto eu quanto a Daniela estamos muito felizes, com a tranquilidade de saber que o pior da fase de adaptaçao ja passou e que muitas conquistas estao por vir.

No ultimo sabado fomos conhecer Woodbine, que eh um complexo aqui em Etobicoke onde ha mais de 2.000 máquinas caça-níqueis e um hipodromo. Nao somos fa de casinos, mas como a OLG detem o monopolio desta industria em Ontario e no dia-a-dia eu estou envolvido com este negocio, a visita nao foi mero entretenimento.
Foi nossa primeira vez nesse ambiente e achamos bastante divertido. Começando na hora de entrar, quando pegamos a fila expressa exclusiva pra maiores de 30 anos e a recepcionista perguntou se nos ja estavamos nessa faixa etaria. :-)

Na verdade nao entendemos direito como jogar nas tais máquinas caça-níqueis e perdemos 5 dolares num piscar de olhos! Alias, grande coisa, porque eh impressionante a quantidade de notas de alto valor que o pessoal gasta nas apostas. Vimos um indiano que devia ter todo ouro encontrado em Serra Pelada no pescoço! Mas o que da mais raiva eh observar os velhinhos que mal devem saber ligar um computador dominando as apostas com maestria, e nos dois sem a minima noçao!

Deixamos o casino e fomos pro andar de cima, que da acesso pras apostas nas corridas de cavalo e pra arquibancada.
Resolvemos fazer a aposta minima (2 dolares) e escolhemos o cavalo de numero 5, no chute mesmo.
A corrida começou e nosso cavalo ficou pra tras, em penultimo lugar.
Mas a sorte estava do nosso lado e na reta final o bicho disparou como um foguete e ganhou por um decimo de segundo!!!
A Daniela começou a gritar achando que iriamos ganhar uma fortuna!haha
Acabamos faturando 11 dolares, nada mal pra quem apostou 2! A taxa de retorno esta excelente - sem contar a diversao!

Pra quem pretende visitar Woodbine, o onibus 37A sai da estaçao Islington do metro e chega la em cerca de 15 minutos.