segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Happy Holidays!


São os votos de Pedro, Dani e Clara.


Photos by: Yuki Noda

sábado, 8 de outubro de 2011

A mãe que nasceu...



Sem qualquer pretensão de tornar este blog um diário sobre a minha vida de mãe, aqui vai a continuação do post anterior.

Minhas primeiras semanas em casa, na volta do hospital, foram bastante tumultuadas. E não foi só por causa da Clara não!!!
Por falta de instrução da médica, e pura falta de ideia minha, eu deixei de tomar o complemento de ferro que havia começado a tomar dois meses antes do parto, já que o ferro estava baixo no meu sangue.
Resultado: perdi muito sangue na cirurgia e acabei ficando anêmica! Só fui descobrir isso na semana seguinte ao nascimento da Clara, quando fui parar no hospital superinchada, com formigamento nas mãos e pés e sensação constante de desmaio.
Junte-se a isso o corte da cesárea, que não me deixava andar e nem deitar direito, e os altos e baixos dos hormônios que me fizeram chorar, sem motivo aparente, por quase duas semanas! Ah, claro, junte também o fato de eu ter que amamentar a Clarinha a cada duas horas, porque ela tinha que voltar ao peso que tinha quando nasceu.

Para minha sorte, minha mãe e o Pedro me deram a maior força, e eu me transformei numa mamadeira-gigante-quase-ambulante. Sim, porque eu não fazia nada mais do que amamentar a Clara. Ah, sim, e chorar!!! Eu queria conseguir cuidar da minha filha, mas não conseguia!!!

Todas as manhãs, minha mãe me preparava um suco de couve - que no início me causou estranheza, mas que é muito gostoso - e para o almoço e jantar sempre tinha carne, espinafre, beterraba, brocoli, feijão, mais couve... só não chupei prego! Com isso meu nivel de ferro voltou ao normal em cerca de um mês. E o Pedro realmente se transformou num paizão!!! Eu o via curtindo a Clara, tirando fotos, colocando musiquinhas... e não tinha forças pra curtir junto. Não que eu não estivesse feliz... mas esse negócio de hormônio é mesmo muito louco!!!

Engraçado que exatamente um dia antes de eu começar a chorar, uma enfermeira ligou aqui em casa para saber como estavam as coisas (é de praxe isso por aqui. Elas ligam para saber como estão os primeiros dias, se tem alguém me ajudando, como está a amamentação, como o bebê está dormindo, como está a troca de fraldas... enfim, é uma conversa supercompleta - durou uns 40 minutos - sobre os primeiros dias da mãe e do bebê) e uma das perguntas que ela me fez foi se eu estava triste e com vontade de chorar. Lembro que na hora pensei: "que mulher sem noção! Estou passando pelo momento mais feliz da minha vida, e ela pergunta se estou triste?!!"

Conversando com meu médico, ele me tranquilizou. Disse que se eu não tivesse vontade de ficar perto da Clara, ou de amamenta-la, configuraria uma depressão pós-parto - o que não foi o caso!! Apesar de muito cansada, eu estava gostando do fato de ter que amamenta-la a cada duas horas. Era uma maneira de me sentir útil para ela.

Felizmente, do mesmo jeito que veio, o chororô foi embora. A dor do corte ainda me acompanhou por quase um mês... Mas tudo foi se ajeitando!

Minha mãe, que havia chegado 3 dias antes da Clarinha nascer, voltou pro Brasil 3 dias antes dela completar 2 meses. Nesse meio tempo, minha sogra veio pra conhecer a Clara e passou duas semanas aqui com a gente.

Agora somos só nós três! (Ops... semana que vem chega mais visita!! Oba!! Mas essa é uma outra história!)

Estou amando ser mãe! A Clarinha é uma criança muito calminha. Ganhou 2Kg desde que nasceu - está com 4,8. De uns dias pra cá ela começou a dar risadinhas "com som"! Já nos acompanha com os olhos e adora observar o mobile rodando sobre ela no berço!! Ainda acorda no meio da noite para mamar, mas as mamadas, que no início duravam uns 45 minutos, agora não chegam a 15. Tem crises de cólicas de vez em quando, mas todos dizem que somos sortudos, porque ela não é de chorar!! É muito gostoso ver como a cada dia que passa ela vai descobrindo novas coisas!! Eu e o Pedro morremos de orgulho com toda e qualquer coisinha diferente que ela faz!! Ela já dorme no quartinho dela desde que tinha uns 20 dias. E eu durmo de antena ligada no monitor da babá eletrônica! E como ela gosta de tomar banho!!! Fica super quietinha, olhando para mim o tempo todo, e prestando atenção a tudo o que falo pra ela!

Semana passada, quando completou 2 meses, a Clara tomou a primeira bateria de vacinas! Agora ela já está apta a furar as orelhinhas!!! Aqui no Canada não é como no Brasil, que algumas meninas já saem de brinquinhos do hospital, assim que nascem! Aqui a gente precisa apresentar a carteirinha de vacinação... E mesmo já podendo furar as orelhas com alguns meses de vida o pessoal aqui não fura logo não! É possível contar nos dedos o número de meninas que usam brincos lá no day care onde trabalho!

Meus dias com a Clara até que estão movimentados... Agora que estou sozinha com ela tenho muito o que fazer, e aproveito o tempo que ela está dormindo - ela dorme bastante! - para cuidar da casa, da roupa, e de mim! Procuro sair todos os dias de carrinho para ela tomar um pouco de sol - enquanto ele ainda está quentinho! Daqui a pouco os passeios vão ter que ser dentro do shopping!

Estou frequentando, uma vez por semana, um grupo chamado Babyville, com mães e bebês de até 6 meses de idade. Em uma hora e meia, as mães trocam experiências e tiram dúvidas sobre vários tópicos da maternidade, sob a mediação de uma enfermeira.

Enfim... quando nasce uma mãe, nasce junto muito trabalho. E eu acho que tenho desempenhado bem essa minha nova função. Adoro me dedicar à Clara. Ser mãe tem feito de mim uma pessoa melhor (pelo menos assim eu espero!). É preciso ser bom para dar bons exemplos.

E como hoje não estou muito inspirada, vou colar de mim mesma algo que escrevi no Facebook uns dias atrás:

Se eu soubesse que era tão bom, teria sido mãe antes!! E isso inclui ficar acordada de madrugada, tentar decifrar diferentes tipos de choro, e até trocar fraldas recheadas! O fato de ter uma vidinha totalmente dependente de mim, antes me assustava. Hoje faz de mim uma pessoa melhor. O sorrisinho da Clara - ainda que por enquanto involuntário -, as pequenas descobertas do dia-a-dia, o cheirinho gostoso de bebê... compensam as minhas olheiras. Filhos: eu recomendo! =)


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Nasce uma mãe



Logo que a Clara nasceu, o namorado de uma prima, que é estudante de medicina, me disse que os professores dele costumam dizer: "sempre que nasce uma criança, nasce uma mãe". Gostei muito dessa frase e, baseando-me nela, vou contar como tem sido a minha vida desde o meu nascimento, há dois meses. O nascimento da mãe-Daniela.

A vontade de ser mãe sempre foi grande, mas engraçado que quando engravidei, junto com a vontade nasceu um medo!! Uma insegurança... um sentimento de: "eu?!! Mãe?!!" Durante a gravidez esse medo sumiu e eu curti bem cada momento das transformações do meu corpo! Estava adorando ver minha barriga crescer, e graças a Deus tive uma gravidez tranquila (apesar do probleminha da placenta).

Acontece que o tempo passa rápido... e o dia foi se aproximando... e eu tinha que organizar as coisinhas do bebê... e... o medo voltou! Grande! Enorme!!! Beirando o pavor!!!!! As roupinhas estavam lá para eu lavar e organizar, mas eu adiava essa tarefa a cada dia que passava. Logo que eu engravidei e que minha mãe resolveu que viria ficar comigo, ela disse que me ajudaria com as roupas. Mas o que não estava nos planos era que o parto seria antecipado em 18 dias! Resultado: minha mãe, que já estava com passagens compradas, chegaria num sábado e o bebê nasceria na terça-feira seguinte! As roupas tinham que ser organizadas por mim. Não tive escapatória. Lavei tudo e sabe que me diverti?! Coloquei tudo bonitinho em saquinhos plásticos, tirei mil fotos, abria e fechava as gavetas da cômoda umas 50 vezes por dia! O medo sumiu de novo!! Maaaasss... com a chegada da minha mãe, eu me dei conta de que o dia realmente estava se aproximando. Não me esqueço uma cena: minha mãe mexendo nas coisas do bebê, na véspera do parto, e eu petrificada, só olhando. De repente desabei a chorar: "eu não vou conseguiiiirrr!!!! Vou ter uma criança totalmente dependente de mim!! E agora?!!!"

Agora é hora de ir: car seat, mala do baby, mala da mãe... Vamos pro hospital! Terça-feira, 2 de agosto, por volta de 1 da tarde. Eu estava em jejum desde a meia-noite da segunda-feira.

A vantagem de ter tido que fazer cesárea foi esta: hora marcada, sem sustos, nem correria. A desvantagem: fome!!
Fizemos praticamente uma festa no hospital. Além de mim, da minha mãe e do Pedro, tinha mais 6 pessoas lá com a gente, na sala de espera. Nossos fiéis escudeiros. Amigos de todas as horas. Nossa família canadense (brasileira).

Fui informada de que a médica chegaria por volta das 4h30 para a cirurgia. Lá pelas 3, me disseram que ela se atrasaria um pouco, mas que até umas 5h30 ela já estaria no hospital. Às 4 horas eu pedi para me colocarem no soro, porque a sede era grande (a fome, a essas alturas, já tinha até passado!). O tempo foi passando e a ansiedade era geral. Graças à tecnologia e ao meu querido iPhone, fiquei em contato com minha irmã e irmão, várias amigas (do Brasil e daqui) e praticamente todas as minhas primas, que fizeram uma "sala de espera virtual" no Facebook. Bom... quando eram quase 7 da noite a médica apareceu, e ainda teve a coragem de fazer uma piadinha: "vamos deixar a cesárea pra amanhã?" ahamm!!!

Chegou a hora! Fui andando para a sala de cirurgia, não sem antes dar um beijo na minha mãe e amigas. O Pedro foi comigo, mas, antes de deixarem ele entrar entregaram uma roupa verdinha para ele vestir.

A sala de cirurgia me lembrou o laboratório da minha antiga escola. Fria... paredes de azulejo... balcões, pias... Me pediram para sentar na cama estreita e várias pessoas vieram se apresentar. Todas de touca. Todas iguais. Todas sorridentes... menos eu! Eu estava era muito tensa!! Perguntei pelo Pedro, e falaram que ele entraria quando eu estivesse pronta.

Chegou a hora de tomar a anestesia. Não que tenha doído, mas a sensação da agulha entrando nas costas é bem estranha. Lembro que soltei um "ai..." e a enfermeira que estava na minha frente pediu que eu abaixasse a cabeça. Ela estava me "abraçando". E esse é o único rosto - dentre todos os outros que estavam em volta de mim - do qual eu me lembro.

Deitei na cama, com a ajuda de (talvez) umas três pessoas. Braços abertos... soro, aparelho monitorando pressão e coração... Perguntei, mais uma vez, pelo Pedro. A resposta foi a mesma. Comecei a rezar. (Agora preciso fazer um parênteses... alguns dias antes, vi pela internet, a propaganda da Nissan, em que aparecem os "pôneis malditos". E juro - não é piada! - esses pôneis malditos me acompanharam num dos momentos mais importantes da minha vida! Era eu começar um "Pai Nosso... pôneis malditos, pôneis malditos...". Mudei pra "Ave Maria... pôneis malditos, pôneis...") Desisti de rezar. Reconheci a minha médica dentro de uma roupa verde + touca. Ela perguntou: "você está sentindo alguma coisa?" eu disse que não... e ela: "é que eu ainda não comecei a cortar!" Será que essa mulher tá fazendo piada de novo?!! Cadê o Pedro?! Dessa vez não fui em quem perguntou... ouvi alguém perguntar: "doutora, pode chamar o pai?"" e ela: "Ops... ele não está aqui?". Olhei para o lado. Lá estava o Pedro. De touca. Mais um rosto conhecido.

Não sei precisar quanto tempo depois de o Pedro ter chegado, mas foi super rápido: percebi uma movimentação, e a anestesista, que estava o tempo todo do meu lado, disse: "oh, she is so cute!" e eu, imediatamente: "she?!!" - ela: "she!!!". O Pedro: "it's a girl?!" ela: "oh, yeah!" eu: "it's a girl??!" (ninguém respondeu) eu: "é menina, amor?!" hahaha (não que eu me lembre desses diálogos! Está tudo registrado no video que o Pedro gravou). A alegria de ter tido uma menina era tão grande que eu não acreditava! A Clara nasceu!! A minha Clarinha!!!

Nasceu uma mãe. Nasceu um pai. Nasceram avós e avô corujas e tios orgulhosos. Nasceu uma bisavó (a outra já é bisa há muito tempo!) Nasceram tias-bisas, tias e tios-avós, primas e primos-tios. Nasceram até avós postiços, mas não menos amorosos. Nasceu a pessoa mais importante da minha vida. Nasceu a minha filha: Clara Assunção Tuccori.

... to be continued

sábado, 6 de agosto de 2011

Meu nome eh Clarinha


 Ola!

Meu nome eh Clarinha - sou a mais nova integrante desse blog!
Desde a epoca de namoro meus pais ja sabiam que meu nome seria esse.
Eu nasci na ultima terça-feira, dia 2 de agosto, no hospital St. Joseph's em Toronto, as 19:44.
A mamae teve que passar por uma casarea, mas apesar das dores pos-parto, sua recuperaçao esta indo muito bem!

Eu nasci com 2.830kg e 49cm. Hoje pela manha fui ao nosso family doctor (como eh chato ser bilingue), o Dr. Artur, e ele disse que eu estou muito bem de saude! A recepcionista da clinica se apaixonou por mim, me achou very, very pretty! Mas isso nem me causa surpresa, pois logo que sai da barriga da mamae as enfermeiras e medicos ja falaram isso pra mim. Pretty foi a primeira palavra que aprendi em ingles!

O papai eh meu fa numero 1! Quando ele saiu da sala de cirurgia me carregando em seus braços, se deparou com varios amigos a minha espera, doidos pra saber se eu era menino ou menina. Ele nao chorou la dentro, mas fora da sala nao se conteve, e mal conseguiu dar as boas novas: "Eh a Clarinha"!


Todos os amigos estao radiantes aqui no Canada com a minha chegada, e no Brasil ainda mais! Nao veem a hora de eu viajar de aviao e visita-los por la ano que vem.

Eu ja estou em casa - adoro meu quartinho e a decoraçao que a mamae fez com tanto carinho pra mim.
No hospital eu me comportei super bem, mas em casa estou mantendo todos muito ocupados, 24/7, como dizem por aqui.
Muito obrigado por todo carinho desde a epoca da gravidez da mamae!

Agora deixa eu ir pois vou receber minhas primeiras visitas em casa, entao preciso comer e trocar de roupa.

See you soon!

Clarinha

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Como ser brasileiro, mas nao demais, no exterior (7 Erros)


Ontem li no IG uma coluna do jornalista norte-americano Seth Kugel que achei bastante interessante, entao resolvi compartilhar aqui no blog pra quem nao viu:

"É bem difícil um turista chegar ao Brasil e não se apaixonar pela paisagem, pela música, pela comida. Mas é o povo que deixa a melhor impressão. Vocês são charmosos, otimistas, sorridentes, hospitaleiros. E as qualidades são contagiantes. O estrangeiro chega e entra na mentalidade brasileira. Como dizem, quando em Roma, faça como os romanos…

Mas o que acontece quando o romano sai de Roma? Ou seja, agora que muitos brasileiros estão viajando pela primeira vez para o exterior é preciso pensar em quais “brasilidades” funcionam, e quais não, além das fronteiras brasileiras.

Sorrir muito e ter uma atitude positiva sempre vão dar certo. Outros costumes… nem tanto. Seguindo a tradição da coluna, fiz uma lista de sete, ou seja Seth, erros para o brasileiro evitar no exterior. (Um esclarecimento para o leitor. Deve ser irônico receber conselhos de comportamento de alguém dos Estados Unidos, país que produz talvez o turista mais chato e irritante do mundo – o famoso “ugly American”. Mas é que meu povo já é um caso perdido. Há séculos que nós viajamos pelo planeta fazendo besteiras, e cachorro velho não aprende truques novos. Para vocês, ainda há tempo.)


1) FALAR COM O POLEGAR:

É talvez a “brasilidade” mais comentada pelos americanos que visitam o seu país pela primeira vez: esse sinal de levantar o polegar (ou até os dois) para dizer “ok”, ou “não tem problema”, ou “de nada”, ou “pode passar” ou até simplesmente “bom dia”. O brasileiro não inventou o “thumbs up” (como se diz em inglês), mas é de longe o país que mais usa. Por exemplo, tenho um amigo que cada vez que viaja ao Brasil conta quantos “thumbs up” recebe por dia. Dois polegares ao mesmo tempo valem dois, óbvio.

Tudo bem dentro do Brasil. Mas em muitos outros países, é esquisito – até brega – fazer isso. (E em alguns países é vulgar: Bangladesh, por exemplo.) Para nós, nos Estados Unidos, é coisa do passado. Lembra muito o personagem “The Fonz” do seriado “Happy Days”, um cara cool demais… só que nos anos 50.


2) TOMAR BANHO. E OUTRO. E MAIS UM:

Os brasileiros são, sem dúvida, o povo mais limpo do mundo. Às vezes acho que nos dias mais quentes do verão vocês passam mais tempo debaixo do chuveiro do que fora. Eu não admito aos amigos brasileiros que nem sempre tomo banho antes de dormir, por medo de perder a amizade ou talvez até meu visto.

Mas quando for viajar, lembre que o Brasil tem 14% da água doce do mundo, e só 3% da população do planeta. Em muitos países a água é escassa, em outros o custo para aquecê-la é alto. Quando eu estudava em Paris, hospedado com uma família francesa, minha “mãe” reclamava muito quando eu passava mais de cinco minutos no chuveiro. Num hotel, pelo menos, ninguém vai saber que você está gastando demais os recursos naturais do país. Mas se você ficar na casa de amigos, tente se limitar a um banho curto por dia. Não se preocupe: que eu saiba ninguém nunca morreu por ficar pouco tempo no banho, nem mesmo na França.

3) USAR SUNGAS E BIQUÍNIS BRASILEIROS:

Não é que não pode. É que você só deve ficar ciente das repercussões. Queridas brasileiras, eu conheço vocês, e vocês adoram comentar quando uma gringa aparece na praia de Ipanema com um desses biquínis feios que cobrem a bunda toda. Agora se preparem para uma revanche. Se vocês andarem com um biquíni brasileiro ­– desses que tapam talvez 10% da sua bunda – em muitos países vão atrair alguns olhares estranhos das mulheres locais. (Os homens vão gostar, com certeza, mas só porque o biquíni lembra um pouco a roupa de uma stripper.)

Quanto à sunga, em alguns países, tudo bem. Em outros, como é o caso do meu, se considera bem esquisito e meio vulgar. Exemplo: num episódio do programa americano Curb Your Enthusiasm, o personagem principal (o comediante Larry David) enxerga o psiquiatra dele na praia… de sunga. Fica horrorizado e decide desistir da terapia.

4) LIXO NO LIXO:

O mundo está dividido em duas partes: a que tem sistema de esgotos que permite jogar o papel higiênico na privada, e a que não tem. E, desculpe a intimidade, mas no mundo com sistema de esgotos que permite, se considera muito nojento jogar papel usado no lixo.


5) BEIJAR À VONTADE:

O problema do beijo de cumprimento é bem documentado, não vou perder seu tempo falando de quantas vezes se beija em cada cidade do mundo. O problema é o beijo na boca, que no Brasil é muito mais aceitável em público do que em outros países. Ou seja: nas ruas, nos parques, nas mesas de bares e restaurantes, até na fila para entrar no cinema. Por isso eu sempre digo que o lema oficial do Brasil deveria ser “Get a room!”. Essa frase, que em tradução livre seria algo como “Arrume um motel!”, é o que se fala quando um casal está expressando sua afeição de forma… exagerada.

Juro que em nenhum outro país do mundo (que eu conheça) os casais se beijam tão aberta e apaixonadamente em público quanto no Brasil. E pior, ao lado dos amigos. Eu não estou contra, e até faço também quando a situação se justifica… no Brasil. Mas em outros países, na maioria das situações, é preciso se controlar para não constranger os outros. Existem exceções: no cinema, até pode, mas pelo amor de Deus só se estiverem sozinhos, e não ao lado de um casal de amigos. Na balada ou numa festa, ok, não precisa arrumar um motel para se beijar. Mas arrume um cantinho escuro pelo menos.

6) ESQUECER A GORJETA:

Em Nova York, os garçons odeiam os estrangeiros. Por quê? Porque um garçom nos EUA não ganha quase nada de salário – recebe até menos de um salário mínimo, porque vive das gorjetas. Até os estrangeiros que sabem disso acham justo deixar 10% ou 12%. Não é. É 15% se você é chato (ou se o garçom foi chato) e 18% ou 20% se não. E sem reclamar. Em outros países, a gorjeta varia muito, por isso você sempre deve dar uma olhada no sua guia de viagem ou procurar na internet. (Eu não conheço um bom site em português mas em inglês existem muitos – bota “tipping by country” no Google.


7) PEDIR CERVEJA COMO SE ESTIVESSE NO BRASIL:

Uma vez fui jantar em Nova York com uma família de brasileiros. O pai acabava de chegar ao país e tentou explicar à garçonete (em português, que ela não entendia) que queria a cerveja com dois dedos de colarinho. Quando a bebida chegou sem espuma nenhuma, ele reclamou e tentou explicar de novo. A garçonete falou para nós: “Explique para ele que entendo o que ele quer, mas o negócio do chope não funciona assim.” E é verdade: colarinho na cerveja é um fenômeno brasileiro que é difícil de encontrar na maioria de países (fora a cerveja Guinness).

Quanto à cerveja gelada, o mundo está mais dividido. Normalmente, pessoas de países tropicais gostam de cervejas fracas e bem geladas, para se refrescar num dia quente. Esse é o caso do Brasil. Mas em muitos outros países se acredita que o sabor é mais importante, e é fato que cerveja muito gelada perde o sabor. Um dia, na Bolívia, eu estava jantando com um casal de brasileiros que reclamou à garçonete que a cerveja estava quente. Tentei explicar para eles: “não vai ter mais gelada, aqui se toma assim.”

Nossa, já chegamos a sete? Então preciso colocar um bônus especial para meus queridos paulistanos:


7 – B) MATAR PEDESTRES À VONTADE:

Não sou advogado, mas segundo observo nas ruas de São Paulo, a lei local determina que um motorista que vê um pedestre atravessar a rua e não tenta matá-lo vai preso. Mas quando você alugar um carro em outro país, preste atenção: o pedestre tem algo que se chama “direitos.” Em alguns países da Europa, da Ásia e estados dos Estados Unidos, a lei até exige parar o carro quando alguém pisa na faixa de pedestres.

Agora, a boa notícia. O brasileiro é tão querido no mundo – pelos jogadores de futebol, pela música, pela atitude – que até pode cometer os erros e ninguém vai reclamar. Bom, talvez o pedestre, se é que ele sobrevive".

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Por fim, gostaria de adicionar um "erro" a lista. Na verdade eh um comportamento que muitos brasileiros tem por aqui, e que ja foi mencionado uma vez pela Lu Patinadora num post recente:

8) VESTIR A CAMISA DA SELECAO BRASILEIRA PRA CIMA E PRA BAIXO:

Eh engracado como brasileiro gosta de se fantasiar quando sai do Brasil. Parece que o povo eh mais patriota no exterior do que em casa.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Está chegando a hora!!!

7º mês de gestação - Yuki Noda Photography


Dentro de alguns dias (na primeira semana de agosto) nossa família vai aumentar!!! A chegada do(a) baby, que seria por volta do dia 20, precisou ser adiantada em virtude da minha placenta, que está baixa. Nesses casos não é recomendado que a mulher entre em trabalho de parto, porque o parto não pode ser normal. O risco é a mulher sangrar mais do que deveria, e isso pode ser prejudicial. Sendo assim, lá vou eu para a cesariana!

Ao contrário de muita gente que teme a dor do parto normal, eu estava até que conformada em passar por essa experiência (obviamente que com MUITA anestesia), já que aqui no Canada não é como no Brasil, que o mais normal é fazer cesárea. Aqui a maioria dos médicos só faz a cesárea em caso de necessidade (salvo algumas raras exceções). Meu único receio era ter que ficar horas e horas em trabalho de parto até o nenê nascer, já que isso é algo impossível de se prever... O parto pode durar uma ou trinta horas! E em alguns casos, depois de muito tentar, a mulher acaba sendo submetida à cesárea! :-/

Já está tudo pronto para a chegada do nosso (ou nossa) pequeno(a)! Não vemos a hora de saber quem é que está chegando, se a Clarinha ou o Leo! E aliás, não foi nada difícil fazer o enxoval sem saber o sexo! Ganhamos muuuitas roupinhas lindas, o quarto com decoração safari está uma graça, e a emoção em dose dupla na hora do parto vai compensar toda essa curiosidade!! Surpresas são sempre maravilhosas, e a felicidade vai ser imensa de qualquer jeito!

Eu estou adorando e aproveitando bastante cada momento da minha gravidez! Não ganhei muito peso. Aliás, minha barriga demorou a aparecer, e isso me deixava meio frustrada!!! Lá pelo 6º mês é que as pessoas começaram a reparar e perguntar... Mas de repente minha barriga deu uma estufada!! Parece que cresceu da noite para o dia!! Todo mês, no mesmo dia, eu me peso e anoto num papel... Não por recomendação médica, mas para mim mesma... Aliás, minha obstetra NUNCA conversou sobre peso comigo! Nos três primeiros meses eu não ganhei nada de peso... depois eu ganhava cerca de 1Kg por mês... mas de maio pra junho foram 2, e de junho pra julho, 3!

A sensação de ter um serzinho dentro da gente é inexplicável!! O Pedro também está curtindo muito! Todos os dias, quando ele chega do trabalho, ele gosta de brincar com o baby! Muitas vezes "a barriga" está quietinha, mas basta ele colocar a mão, que as "ondas" começam!! =) Acho que vamos sentir falta disso!!

Minha mãe vem pra cá para nos ajudar e isso me deixa bem mais tranquila! Apesar de todas as mamães me falarem que vou tirar de letra, que o instinto maternal aparece, etc... Nada como ter a NOSSA mãe por perto e aprender com ela alguns truquezinhos básicos, né?!

Imagino que não terei muito tempo para escrever no blog quando o nenê nascer. Mas o papai Pedro dá notícias para vocês!

Aproveito para agradecer o carinho de todas as pessoas que, mesmo sem nos conhecer, sempre perguntam da nossa gravidez e pedem notícias! E, por favor: torçam, rezem, mandem energias positivas!! =)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Numero de vistos pro Canada cai 25%, e canadenses "comemoram" nos jornais



Saiu hoje no Toronto Star uma materia sobre o declinio na concessao de vistos de imigracao no primeiro quarto de 2011 em relacao a 2010:

Economic Class: -28% (abrange Skilled Workers, Quebec etc.)
Family Class: -14% (reuniao familiar)
Humanitarian Class: -25% (refugiados)

Acompanhando os comentarios dos leitores, fica claro que grande parte dos canadenses "da gema" estao frustrados com o grande numero de estrangeiros que chega ao pais e "roubam" os empregos dos que nasceram aqui. Alguns exemplos:

"Canada cannot sustain an endless flow of immigrants - illegal and legal - and ignore the unemployment that exists in Canada right now".

"How many Punjabis, Africans, Jamaicans, Tamils serve? Big zero. All white faces. This as a fact. So getting a passport is all the immigrants are after".

"Couldn't come at a better time. I am glad someone is doing the right thing".

"Toronto has so many seedy and rundown areas now...apartment buildings that were once nice little buildings have now turned into dirty dank places with multiple families crammed into 1 or 2 bedrooms. If this is progress and essential to the growth of Canada, who wants it?".

"Drive around Brampton and look at the parks where 10-20 Indian men just sit there all day collecting free health care".

Poucos dias atras saiu no Toronto Sun uma noticia sobre a caçada da policia a ilegais na regiao de Toronto (mais de 20 mil), alguns considerados criminosos em seus paises, e os comentarios dos leitores vao na mesma linha. Isso sem contar outra reportagem recente, sobre um barco abarrotado de refugiados que foi interceptado na Indonesia, supostamente a caminho de Vancouver (o comentario "mais leve" pedia para que afundassem o mesmo).

Fico aqui imaginando se o Canada do futuro vai se parecer com o estado americano do Arizona. O Canada que outrora recebia os imigrantes de bracos abertos pode estar com os dias contados. 
 


quarta-feira, 29 de junho de 2011

Top 10 Programas "Micos" em Toronto

Sou fa do programa do David Letterman e adoro o Top 10 List, quadro fixo do Late Show.

Partindo dessa premissa resolvi bolar uma lista de 10 micos aqui de Toronto:

Number TEN: Toronto Jazz Festival
Quem realmente gosta de ouvir jazz, alem do Jo Soares?

Number NINE: Toronto Bollywood Film Festival
Ok, Slumdog Millionaire eh legal, mas ja preencheu a cota de filmes indianos que eu poderia assistir pro resto da minha vida.

Number EIGHT: Dragon Boat Race em Toronto Island
Fique horas na fila pra pegar o ferry boat, cheio de gente "bonita". Pode ser que algum barco da policia no Lago Ontario pare a balsa, confundindo os passageiros com refugiados/ilegais atracando na cidade.

Number SEVEN: Summerlicious
Mesmo com desconto, ha pouquissimos restaurantes realmente bons em Toronto (eu conheco 1 em mais de 2 anos aqui).

Number SIX: Bata Shoe Museum
Imagine seu closet com uma porcao de sapatos.

Number FIVE: New Year's Eve em Nathan Phillips Square
Sinonimo de passar horas de frio na maior muvuca diante da prefeitura, no aguardo de um frustrante show de fogos de artificio.

Number FOUR: Blue Night Bus
A linha de onibus que atende o publico da madrugada. Mais conhecida como "The Vomit Comet".

Number THREE: Brazilian Day
Thanks but, no thanks.

Number TWO: Corso Italia
Chegue ao festival com a expectativa de ser uma Festa da Achiropita e saia frustrado por constatar que ha mais oferta de comida asiatica ou churrasquinho grego do que pasta.
Pra completar o mico, preencha cupons pra concorrer a premios e receba ate o fim da vida chamadas telefonicas de pilantras dizendo que voce ganhou um viagem com todas as despesas pagas.

Number ONE: Caribana
Desfile de "carnaval caribenho" ao ritmo do calypso, um dos sons mais irritantes da face da Terra.

PS. Eh logico que essa lista eh minha opiniao. As 10 coisas que eu considero mico podem ser as 10 coisas que voce mais gosta na cidade.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Esperando...

Aproveitando o solzinho da manhã no terraço de casa

Estou no 6º mês de gestação... Bebê previsto para chegar em agosto, e na minha última consulta na obstetra, há duas semanas, soube que minha placenta está "baixa". Pelo que a médica me explicou e eu me informei com outros médicos conhecidos, isso é comum acontecer e não é grave, embora requeira alguns cuidados, como evitar fazer esforço. O risco é acontecer um sangramento... e se acontecer, é correr pro hospital e fazer repouso absoluto! Por outro lado, a placenta pode "ir pro lugar certo" (médicos, não se descabelem com meu jeito leigo de escrever!) e tudo ficar normal daqui um tempo.

Como diriam meus "aluninhos-bebês" no day care: "oh-oh!!" - meu dia-a-dia É um esforço!!! Trabalho na sala dos infants (crianças de até 1 ano e meio) e minha rotina não é "bolinho"!! Fico de pé praticamente o dia inteiro... se estou sentada é no chão, com alguma criança pulando em cima de mim... carrego peso (crianças de 1 ano podem ser bem pesadinhas!)... saio pra passear empurrando carrinhos de bebê que comportam três crianças ao mesmo tempo...

Resumindo... já estou de licença em casa! Não de licença-maternidade, mas afastada em virtude da gravidez. A licença-maternidade - que aqui é de um ano - só vai começar a contar no dia em que o bebê nascer. Como estou me sentindo bem, não estou de repouso... mas estou mais quieta em casa. Não posso abusar, como fazer faxina, por exemplo (tadinho do Pedro... sobrou pra ele!).

Bom, o jeito é aproveitar os meses que me restam antes do bebê chegar! Colocar e-mails em dia, ler um livro, dar um "alô" no blog, ajeitar o quartinho...

Estou, literalmente, esperando sentada - como na foto!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Vida nova de novo



Depois de dois anos morando em Toronto e pagando aluguel, e com a família prestes a aumentar, resolvemos que estava na hora de nos mudar para um lugar mais espaçoso.

Gostamos muito da região em que moramos desde que chegamos no Canadá - Etobicoke - mas comprar uma casa ou apartamento por lá estava fora do nosso orçamento...

Começamos nossas pesquisas no início do ano, e não foi muito difícil perceber que a região que mais se "parecia" com nosso bolso era a região de Whitby, uma cidade bastante simpática a leste de Toronto.

Entramos em contato com a Rosa da Silva* e, em apenas dois finais de semana de procura, já estávamos colocando uma "offer" em uma casa em Whitby, para onde nos mudamos há três semanas.

Por incrível que pareça, nossos gastos com mortgage em nossa casa de 3 quartos são inferiores aos gastos com aluguel do apartamento de 1 quarto onde morávamos.

A casa é bem gostosa e agradável e a cidade, então, nem se fale! É bem "cidade de interior" mesmo!! Tranquila, com muitas fazendas, lago... Para terem uma ideia da calmaria por aqui, ontem fomos surpreendidos por um coelhinho aqui na porta de casa! Ao mesmo tempo, Whitby tem estrutura de "cidade grande", com todas as principais lojas e supermercados, complexo com 24 salas de cinema, restaurantes... tudo à mão! O povo por aqui é muito mais solícito e educado que em Toronto e a quantidade de imigrantes é incrivelmente menor do que lá.

O Pedro está empolgado com a quantidade de campos de futebol que encontrou por aqui! Só falta achar um time para jogar! Outro dia ele foi sozinho mesmo, de bike, num fim de tarde, chutar uma bolinha!

Ainda trabalhamos em Toronto, e o commute é meio cansativo, principalmente porque estamos indo de carro e, quando chove, a highway fica bem congestionada. (Claro que o trânsito não é nada em comparação com São Paulo!) Existe também a opção do Go Train, mas como vamos os dois, acaba saindo mais barato irmos de carro, principalmente porque não tenho despesa com estacionamento lá na rua do day care onde trabalho.

Morar em casa é novidade tanto para mim quanto para o Pedro, já que sempre moramos em apartamento, então estamos tendo que nos adaptar a algumas coisinhas: outro dia esquecemos o portão da garagem aberto...a grama do jardinzinho aqui da frente está crescendo e ainda não tomamos nenhuma providência... mas devagar vamos aprendendo!

Aos poucos nossa casa está ficando com a nossa cara! O próximo passo é montar o quartinho do baby, que a partir de agosto será o(a) mais novo(a) morador(a) da cidade.

* Recomendamos fortemente a Rosa para quem pensa em comprar casa! A ajuda dela foi fundamental para nós! Paciente, prestativa e grande entendedora do ramo imobiliário canadense, a Rosa faz até palestras para First Time Home Buyers. Ou seja, você estará, sem dúvida, em boas mãos. E ao contrário do que muita gente pensa, ela não trabalha apenas na região de Whitby!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Corinthians, uma paixao adormecida

Esses dias recebi um email de um ex-colega de trabalho santista todo animado com a final do Campeonato Paulista desse ano, ja fazendo brincadeiras e provocacoes, uma vez que sou corintiano. Respondi a mensagem dele falando sobre outros assuntos e depois percebi que nem lembrei de comentar nada sobre o assunto futebol. E ai constatei que uma das grandes mudancas na minha personalidade depois de que vim pra ca foi o gradual desinteresse pelos jogos do Corinthians e por futebol em si. Assinamos a Globo Internacional ja faz um bom tempo e eu nao lembro de ter assistido uma partida inteira sequer.
O curioso eh que algumas semanas atras fui jogar futebol num sabado a tarde e antes de sair de casa estava uniformizado dos pes a cabeca: tenis, meias, shorts, camisa e agasalho do Corinthians (minha mae nao sabe que eu nao sou mais fanatico e sempre manda algo ligado ao time pelo correio ou quando vem visitar). E nao eh que bem nesse dia pela primeira vez um policial me parou no transito?! Sera mera coincidencia? kkkkkkkkkkkk

Pra infelicidade da Daniela, nao deixei de acompanhar esportes, muito pelo contrario. No feriado da Pascoa fomos pra Chicago e la realizei um sonho de adolescencia: ir ao United Center e ver a estatua do Michael Jordan. Alias, a regiao onde fica o estadio dos Bulls lembra Itaquera, bem barra pesada!
Tambem arrastei a coitada da Dani pra ver um jogo dos Cubs no Wrigley Field, um dos marcos sagrados do baseball americano.

Vai ser estranho ter um filho/a e saber que nao vai ter aquela coisa de ve-lo/a torcer pelo Corinthians. Por outro lado tem a Copa do Mundo de quatro em quatro anos, com os carros tremulando bandeiras de quase todas as selecoes durante a competicao, haja vista a diversidade cultural por aqui. E ai sera a chance da crianca poder curtir o futebol e torcer por um time bom, porque se o coitado/a torcer pro Toronto FC ou por outras franquias da cidade, estara perdido/a!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

11 de abril de 2011 - 2 anos no Canada!

Pois é!! Há exatos dois anos nós desembarcávamos em Toronto, em busca de uma vida nova. As dúvidas eram muitas, os medos também, mas arregaçamos as mangas e não desanimamos a cada "não" recebido. Conquistamos muitas coisas - não só materiais - mas muito mais importantes: conhecimento, união, companheirismo. Ah! E bons amigos!

Mas não estou aqui pra descrever cada vitória ou derrota dos últimos dois anos... Isso quem acompanha nosso blog já sabe!

Resolvi destacar uma outra parte da vida de um imigrante que, para mim, é uma das partes essenciais para o sucesso longe de "casa": o apoio das pessoas que amamos. Sim, porque se por um lado, como o Pedro descreveu num post recente, existem aqueles que torcem contra, por outro (e este sim, bem importante) tem muita gente que torce a favor! E para nós, que valorizamos muito a base familiar, esse apoio é, literalmente, um "empurrão" que nos faz seguir em frente sem medo de achar que estamos numa aventurazinha qualquer.

Para explicar melhor o que estou tentando dizer, vou colar aqui um e-mail que recebemos hoje da minha mãe, com ilustração e tudo (rs):

.
Dani e Pedro,
Parabéns pelos dois anos de conquistas!
Quando vocês foram para o Canadá, dois anos atrás, eu sentia que estavam fazendo a coisa certa. Mesmo sabendo que sentiria suadades, que não poderia participar de perto do dia-a-dia de vocês, eu fiquei feliz. E agora, dois anos depois, me sinto ainda mais feliz. A saudade é grande, a vontade de estar perto maior ainda, mas quando vejo o quanto vocês já conquistaram neste tempo, me sinto muito feliz.
Que os próximos anos sejam ainda melhores - e vão ser - com o Baby, com seus amigos, que são a sua família aí, e mais conquistas!!
Beijos
saudades
mamãe

Eu me sinto privilegiada de ter esse apoio. Sei que, infelizmente, muita gente não pode contar com isso... tenho certeza que sem esse amparo as coisas teriam sido mais complicadas.
Agradeci o carinho e suporte da minha mãe e comentei com ela que têm muitos pais que chegam a fazer chantagem para que os filhos voltem para o Brasil; ou que ficam indiferentes à vida dos filhos por aqui. Ela respondeu: "Eu sempre apoiarei vocês! Vocês tinham e têm o direito de escolher viver aí. E eu estou feliz de verdade porque as coisas estão dando certo. Tem pessoas que estão próximas fisicamente mas não estão tão presentes como sinto que acontece conosco."

É isso aí! "Corujice" à parte eu acho que somos pessoas de sorte. Grande parcela do nosso sucesso aqui se deve ao carinho das nossas famílias!

terça-feira, 5 de abril de 2011

A Turma do Fundao

Aqui no trabalho quem nao eh gerente senta no seu cubiculo, como se ve em varios escritorios. As paredes sao altas, entao voce tem bastante privacidade, nao enxergando as pessoas que sentam a sua volta. Nao eh possivel ver mas eh possivel ouvir muito bem todo mundo, mesmo quem senta relativamente longe, pois o ambiente eh silencioso na maioria das vezes.
Nao trabalho num escritorio da ONU mas a minha volta tenho uma filipina, uma russa, uma chinesa e um equatoriano. Invariavelmente as pessoas acabam recebendo ligacoes pessoais e ai a gente acaba ouvindo a conversa nos idiomas de origem, apesar de nao entender nada.

A filipina: O tagalog eh o idioma dos filipinos e o setimo mais falado em Toronto. Quando ela fala na lingua de origem, a impressao eh que trata-se de uma lingua indigena. O som que eu ouco geralmente eh algo que soa como "PALA-PALA-PALA". Curiosidade: Minha vizinha de baia tem o costume de arrotar relativamente alto, em seguida solta um"EXCUSE ME", como se fosse algo normal, e bola pra frente.

O equatoriano: Nesse caso, pela semelhanca do portugues com o espanhol, nao ha muita dificuldade em entende-lo. A curiosidade eh que ele, pela manha, sempre compra cafe no Tim Hortons e divide sua experiencia degustativa com todos ao redor: ele bebe o cafe emitindo a cada gole um som bem alto ao suga-lo (SLURP) pela abertura da tampa, sendo que em seguida faz um AAAHHHHHHHHHHHH de satisfacao apos engolir o conteudo.

A chinesa: Nao sei o motivo mas a chinesa atende o telefone da seguinte maneira: "HI - HELLO!". Nao eh HI ou HELLO, eh sempre HI-HELLO, como se fosse uma saudacao unica. Pra variar ela tem uma "nome de "guerra": como os nomes dos chineses sao muito complicados, o email dela tem o nome de origem mas ela eh conhecida por todos com um nome "ingles". Deve ser legal poder ter um segundo nome quando se chega em outro pais. Apesar de eu nao ter adotado outro nome, eh muito comum me chamarem de PETER, as vezes acho que eh automatico e muitos nem se lembram que meu nome eh PEDRO.

A russa: Esses dias eu estava falando em portugues ao telefone e reparei que a chinesa estava gargalhando. Ai prestei atencao e notei que a russa estava imitando o que eu falava. Na hora achei ruim e ate comentei isso com a Daniela quando cheguei em casa, mas ai lembrei que eu mesmo ja imitei a tal russa. E o pior eh que mesmo tendo conseguido a cidadania recentemente, o sotaque da mulher eh extremamente pesado. Acho que TH em russo tem som de S, porque ela sempre fala "SANK YOU, SANK YOU".

Se estivessemos numa sala de aula, nos seriamos uma especie de "turma do fundao". Esses dias eu estava reparando como na medida em que o escritorio vai se direcionando pra salas fechadas e com janela, o numero de canadenses vai aumentando e o nivel hierarquico tambem. E nao eh coincidencia que a turma que senta na frente faca parte da SUNSHINE LIST, que eh uma lista que eh publicada pela Provincia de Ontario todo ano, discriminando o nome e salarios/beneficios pagos a todos funcionarios publicos que ganham mais de 100 mil dolares anuais. Eh muito curioso saber os salarios de varias pessoas que trabalham com voce, tudo super transparente. Mas nao da pra chegar e ja querer sentar na janelinha, como diria o jogador Romario. Um dia a turma do fundao chega la.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Quando a felicidade incomoda


Lembro que algum tempo depois de chegar no Canada uma ex-colega de trabalho no Brasil me escrevia quase toda semana com a mesma pergunta: E ai, Pedro, ja conseguiu emprego? Isso nao me incomodava de maneira nenhuma, mas achei muito interessante que quando a resposta foi "sim, estou trabalhando na minha area e feliz por ter conseguido um emprego" ela nunca mais me escreveu.


Deixei essa historia pra la, mas nao eh que recentemente um amigo da epoca da faculdade me mandou um email no meu aniversario, como ele sempre faz, e perguntou como estavam as coisas. Entao eu contei que estava super feliz, que a Dani esta gravida, que compramos uma casa (valeu, Rosa!) e um carro novo. Que a Dani se formou na faculdade por aqui, que ela esta super bem no trabalho e eu tambem. Enfim, que prestes a completarmos 2 anos de Canada, acho que nem nos sonhos mais otimistas pensavamos que tudo isso se realizaria em tao pouco tempo.

Estou esperando a resposta dele ate hoje.


Isso sem contar as piadinhas de alguns "amigos" no Brasil, que em tom de brincadeira (mas tambem no fundo de sarcasmo) perguntam se eu estou "lavando muito prato em restaurante".


Essa experiencia de mudar de pais eh muito interessante nesse aspecto. Conseguimos peneirar muito bem as pessoas que realmente torcem pela gente daquelas que "torcem contra". Pra esses ultimos peco que continuem, pois esta dando "super certo" ate agora!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Povo Fala - adaptação ao Canadá




Uma pessoa da lista de e-mails da qual eu faço parte (brasileiros que já moram e também que querem vir pro Canadá) propôs a seguinte brincadeira: resuma em uma frase como é que você sabe que já está adaptado ao Canadá.
Achei as respostas bem legais e resolvi dividir com vocês aqui no blog. Que fique claro que não concordo, necessariamente, com todas as frases. Mas isso é que é bom! Mostra que nem todos se adaptam da mesma forma e cada um tem um ponto de vista!

Divirtam-se!

Você sabe que está adaptado ao Canada quando...

... não se importa mais com o canadense limpando o nariz na sua frente como um esguicho de elefante...

- quando... vejo um “asiático – china/coreano/etc.” conversando um com o outro e, pelos gritos que dão, acho que estão brigando a ponto de pensar em chamar 911.

- quando vejo crianças de 5 - 6 anos brincando na rua sem os pais.

- não fica mais chocada qdo um canadense arrota na sua cara ou perto de vcs sem nem pedir desculpas.

- quando vc consegue parar e cruzar na hora certa os "all-way" stops...

- quando a temperatura sobe a -3 e vc agradece o tempo bom...

- quando é 6 da tarde no sabado e vc lembra que o shopping esta fechado...
- quando vc comeca a reclamar de levar 35 minutos para chegar ao trabalho...
- quando vc sabe se deve segurar a porta para quem esta atras ou nao, dependendo da distancia...

- quando vc empurra a porta em que esta escrito PUSH!

- lê as notícias do O Globo !

- quando estou dirigindo sozinha a noite e paro no sinal/farol vermelho (mesmo que eu seja a única criatura nas ruas), sem medo!!!

- quando preciso ir no banco no final de semana e o banco está aberto!

- quando a temperatura esta -3C e voce nao precisa usar casaco ...

- quando sempre tem uma sacola nao descartavel no carro ou na bolsa just in case,

- Sai de casa pela manha com seu almoco, mesmo que seja apenas um sanduiche.

- toma café do Tim Hortos e acha gostoso!

- quando está -40 C de Windchill e você sai para passear com o cachorro....

- quando acho estranho quando alguém me pergunta algo pessoal

- quando minha filha mais nova sai de bicicleta pelo bairro com as amigas e eu nem esquento...

- quando recebo minha restituição do IR é creditada na conta corrente depois de duas semanas da entrega da declaração...
-
quando vejo meus amigos aqui na GTA e membros do TN no resto do Canadá encontrando aqui o seu lugar e vivendo o sonho de uma vida...

- quando entro e saio do Go Train sem catraca, bilheteria, etc

- quando a temperatura está acima de -10 e penso: "hoje dá pra usar roupas leves"

- quando... paga a fatura do cartão de crédito logo quando recebe, e não no dia do vencimento, torcendo para que caia num sábado ou domingo, para ganhar mais alguns dias!!!

- quando vou devolver alguma mercadoria e mesmo sem ter a nota fiscal (ou com o produto já aberto e usado) recebo meu dinheiro de volta sem ter que dar muita explicação!!!!!

- quando liga pra sua mãe no Brasil e fala que está “fazendo a laundry”!

- quando comeca a chamar "neve" de "caca branca"!

- quando vc vira a direita em um sinal de transito fechado... De ferias no Brasil!!

- quando sai do trabalho as 4:30 da tarde sem peso na consiencia...

- pede desculpas... Quando alguem esbarra em vc no metro!!
- Acha que um elevador esta cheio...
Com 4 pessoas!!
- Acredita que a GrandCaravan e uma MINIVAM...

- quando comeca a nao converter mais nada para R$ e passa a achar os precos daqui normais.

- quando atravessa a rua a pé com a certeza de que a pessoa que irá dobrar à direita irá te dar a preferência (quase fui atropelado no Brasil mês passado).

- acha 15oC a temperatura mais agradável possível.

- tem o canal de previsão do tempo como atividade obrigatória antes de sair de casa (ou tem um app no celular para te passar as ultimas informações)

- acha demorado quando a restituição de imposto de renda demora mais de uma semana para ser depositada.

- acha a coca-cola do Brasil doce demais. :-)

- quando você fica nervoso assistindo seu time de hockey jogar!!!

- quando você NÃO fica nervoso se seu carro está descendo a ladeira
de ré, mesmo que você esteja tentando subi-la!!!

- quando perde a noção de como calcular os gastos ou ganhos por mês e só sabe calcular qual o valor anual.

- quando sonho com o Brasil e acordo aliviado de estar no Canadá.

- quando acorda e liga a TV no MeteoMedia antes mesmo de fazer xixi...

- quando sente um alivio ao saber que o PHIL previu que o inverno sera curto!

- quando num dia de sol intenso e uma temperatura de 2 ou 3 graus, voce abre o vidro do carro para refrescar...

- não fala nada (muito menos "arma aquele barraco") quando vê um ou vários espertinhos furando a fila no ponto do ônibus. Mesmo que esteja "morrendo de raiva"...

- fica contrariado quando vê alguem parado no lado esquerdo da escada rolante obstruindo a passagem dos que querem andar mais rápido (e também não fala nada... e se bobear ainda agradece quando a pessoa finalmente desobstrui a passagem...)

- quando vc acaba se acostumando que as pessoas entram e saem do elevador do seu prédio e dificilmente te cumprimentam

- quando vc ouve o alarme de incêndio e não desce correndo

- consegue saber quando um asiatico é chines ou filipino, inclusive reconhecendo se a lingua que fala é mandarim/cantones ou outra.

- quando em pleno mes de março ainda se vê enfeites de Natal nas casas.

- quando você acha -10 C quente depois de um mês abaixo de -20 C.

- quando.... passa a 2m de distancia de outra pessoa e mesmo assim fala excuse me.

E teve gente que mandou algumas frases lááá de Yellowknife (veja no Google onde fica!)

"Aqui de Yellowknife podemos dizer:

- Nem se espanta mais ao dirigir sobre as ice roads
- Está de bobeira em casa ou na rua a noite e vê a aurora boreal
- Encontra uma raposa quase todos os dias pela manhã
- Fica feliz da vida quando a temperatura está acima de -25"

Você que está no Brasil ficou muito surpreso com alguma das frases?

E você que já mora aqui? O que te faz acreditar que já está adaptado ao Canadá?



não