segunda-feira, 31 de março de 2008

Um dia perfeito


Depois de um longo e tenebroso inverno, volto a dar notícias!
Na verdade, a Dani se ocupa da parte "sentimental" do blog e eu dos assuntos mais burocráticos da imigração. heheh

Bom, hoje foi um dia muito legal pra gente. Fomos até o Consulado Americano em São Paulo para solicitar os vistos. Vou deixar aqui algumas dicas, assim como fez a Cinthia em seu blog.

A primeira dica é fazer o agendamento com bastante antecedência para não correr o risco de não encontrar datas em aberto no período desejado. Com a valorização do R$, a procura por viagens ao exterior cresce cada vez mais. E quando fizer o agendamento, escolha o horário das 8:00 a.m. e chegue com 1:30 de antecedência. Não adianta marcar horário para 11:00 a.m., por exemplo, e chegar antes dessa hora e meia citada. Além de não poder entrar no consulado, vai tomar um belo "chá de cadeira".

Outra coisa que adiantou muito no nosso caso, foi pagar a taxa no Citibank antes do dia da entrevista. Com a taxa paga, você "pula" um monte de gente que deixou pra fazer o pagamento no dia e ganha bastante tempo (pegamos a senha 19). Quando for ao Citibank, basta apresentar o passaporte e pagar a taxa de USD 131,00 por visto solicitado.

Bom, como comentei, chegamos no Consulado às 6:30 a.m., os estacionamentos próximos estavam fechados ainda, então deixamos o carro a cerca de 2 quadras, na rua mesmo, e na volta não tivemos problemas com "guardadores", tudo tranquilo.

Feita a primeira triagem na fila do lado de fora do Consulado, passamos para o lado de dentro, deixamos nossos celulares no armário dos vigias e seguimos uma linha amarela até o outro lado do prédio.

Lá eles verificam os formulários e grampeiam a foto no papel. E falando sobre foto, não se esqueçam de que o rosto deve ficar visível, inclusive as orelhas. Vimos uns 3 casos de gente que teve que sair da fila pra tirar fotos do lado de fora por causa deste tipo de problema, todas mulheres. Outro detalhe é não deixar nenhum dos campos dos formulários em branco. Numa pergunta do tipo "quantos países você visitou nos últimos anos", caso não tenha visitado nenhum, escreva "nenhum", não deixe nada em branco e você evitará algum "simpático" comentário da moça que faz a checagem dos papéis.

Na pré-entrevista, entregamos os formulários e apenas foi perguntado se tínhamos vistos americanos anteriores. No meu caso, o último venceu em 2006 (a moça ficou com o passaporte antigo onde havia este visto) e no caso da Daniela não, porque o visto dela venceu há muito tempo, em 1998.

Após esta etapa, fizemos a coleta de impressões digitais, tudo muito tranquilo, e ficamos aguardando a chamada para a entrevista. Aqui vai mais uma dica: Não passe nenhum creme nas mãos neste dia ou terá que lavá-las, pois a loção atrapalha a coleta das impressões na máquina.
Nesta fase, acho que não eram nem 8 horas ainda e já havíamos feito toda a parte pré-entrevista, enquanto o pessoal do Citibank ainda estava esperando a agência abrir.

Foi o tempo de passar no toilet e da Dani pegar alguma coisa pra comer e logo já estávamos sendo chamados. O engraçado é que eu observei o entrevistador do guichê 13, enquanto aguardava nossa vez, e disse pra Dani que esperava não encará-lo, pelo jeito um tanto sisudo.
Como a Lei de Murphy existe, não deu outra, eis que o número 13 nos chamou...

Aqui vai outra dica: Não pegue o telefone preto à sua esquerda a não ser que ele solicite. Observei que uma pessoa que passou pela entrevista fez isso e ele logo pediu pra que ela colocasse o telefone no gancho.

No nosso caso, a entrevista não poderia ter sido melhor. Estávamos com medo pelo fato de não termos o visto canadense ainda, o que seria um facilitador. Nossa estratégia foi omitir este projeto canadense e dizer que o motivo da viagem era férias.

A primeira pergunta que o americano fez foi se nós já havíamos viajado para os EUA, e a resposta foi "sim". Após isso, ele olhou no meu formulário e perguntou: "Onde você fez intercâmbio?". Eu respondi e eis que as portas para o visto se escancararam! O sujeito era da mesma região! Me perguntou se eu havia gostado da experiência, se eu frequentei o shopping da cidade e tal. O engraçado é que a Daniela comentou que nesta parte ele estava falando inglês mas acho que na hora do nervosismo eu nem percebi isso e respondia tudo em português mesmo. Em nenhum momento tive que mostrar qualquer documento da pasta que havia levado, muito menos segurar o telefone preto, que a Dani apelidou de Big Phone! hehehe Enfim...Então ele perguntou: "Você não quer o visto de trabalho?". É óbvio que eu disse que sim, então ele me pediu pra ir no Citibank e pagar mais USD 60,00 e voltar pra falar com ele depois. O pagamento pode ser feito com cartão de crédito mesmo. Voltamos novamente ao guichê do nosso "amigo" após efetuar o pagamento da taxa adicional, entreguei os recibos e ele disse com um sorriso nos lábios (que encantou a Dani): "Os vistos foram aprovados, boa viagem pra vocês!". Neste momento, tivemos 1% do gostinho que deve ser ter o visto canadense em mãos, uma sensação muito legal. Preenchemos os envelopes do Sedex (R$16,00 para a grande SP - se sua esposa não tiver o mesmo sobrenome que você (nosso caso), deve-se enviar dois envelopes distintos, então paga-se em dobro) e fomos embora felizes às 9 horas da manhã! Não deu tempo nem de ler as revistas que levamos. heheh

E pra completar, hoje é aniversário da minha mãe e amanhã a Dani começa a trabalhar num novo emprego!

Ou seja, um dia perfeito!

Desculpem-me pelo longo post, mas agora eu só devo voltar a escrever no segundo semestre, quando nossos vistos estiverem saindo do forno. A Dani volta a assumir o comando a partir de agora! hehehe

Abs!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Paciência: um eterno exercício


Quem faz (ou já fez) parte do processo de emigração sabe o quanto é necessário ser paciente! Estou falando de muuuita paciência! Paciência de Jó!

É claro que cada pessoa tem um nível de tolerância para cada situação... O Pedro, por exemplo, é capaz de ficar horas folheando jornais de uma semana atrás até se inteirar de tudo o que está acontecendo - cronologicamente - no mundo, mas não peça pra ele pegar uma fila... seja esta de um caixa eletrônico com 3 pessoas na frente, ou de 2 carros parados no farol. Ele perde a calma em questão de segundos!! E olha que eu nem estou falando de filas quilométricas na porta do INSS, nem do trânsito caótico de SP, porque esse tipo de coisa tira mesmo qualquer santo do sério!

Com relação a esses exemplos, eu já fui mais intolerante, mas hoje até que consigo me manter calma por mais tempo dentro do carro. Acho que fiquei anestesiada com os 4 anos de faculdade, quando eu morava em Santo André e “viajava” todos os dias até o Morumbi, pela adoráveis Anchieta e Bandeirantes!!

Mas voltando ao processo... ele requer muita calma, tolerância, paciência e todos os sinônimos possíveis! Sim, porque uma hora a gente fica sabendo que um casal conseguiu o visto com 13 meses de processo... Depois sabemos de outro que com 10 meses de processo ainda não recebeu o pedido de documentos... Uma hora acreditamos que no máximo em 16 meses tudo estará finalizado... Mais tarde, a promessa é de que não passa de 18 meses! O jeito é relaxar e... seguir os conselhos da “sábia” Marta! Hehehe

Vendo a minha agonia diante de tanta expectativa, a Ci, que também já passou por todas as aflições imagináveis dentro do processo rumo às terras geladas, me emprestou um livro que foi um verdadeiro achado: “O Poder da Paciência”, de M.J. Ryan, editora Sextante.

Confesso que apesar de gostar muito de ler, nunca fui fã do estilo auto-ajuda, mas assim que peguei este livro mergulhei na leitura e quando vi já estava na metade! Então resolvi seguir os conselhos da própria escritora e ler com calma... aos poucos... devagar... absorvendo cada conselho, cada situação, cada passagem do livro. E não é que ele tem me ajudado bastante?! Eu recomendo a leitura e já estou seguindo um dos inúmeros conselhos da autora: “procure outra coisa para fazer”. Hoje mesmo voltei (depois de 10 anos!) a estudar inglês! Claro que o foco é o Canadá, mas pelo menos durante as aulas eu não estou pensando em: carta, documento, exame médico, passaporte, consulado, Maria João, visto, timeline...

Termino este post com uma citação retirada do livro, que tem tudo a ver com o “tipo” de paciência mais praticada por aqui ultimamente: a espera!!

“A espera intensifica o desejo. Na realidade, ela nos ajuda a reconhecer quais são nossos verdadeiros desejos. Ela separa nossos entusiasmos passageiros de nossos verdadeiros anseios.” (David Runcorn)