segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Onde morar?!


Agora que já entregamos os documentos, estamos mais livres para pensar no nosso futuro no Canadá.

Toda mudança é complicada. Eu mesma já me mudei seis vezes e sei bem que uma simples troca de apartamento – na mesma cidade – requer muita atenção e certos cuidados. Imagine então uma mudança de país!! Pior: um país onde nunca estivemos! Tá certo que estamos saindo no lucro, já que a mudança é do Brasil para o Canadá, e nem preciso citar aqui os fatores que nos levaram a optar por isso, mas mesmo assim precisamos ficar atentos a todos os detalhes. E o primeiro “detalhe” é: onde vamos morar?
A princípio, quando ainda não havíamos explorado muito virtualmente o novo país, a primeira cidade que nos vinha à cabeça era Toronto. Adoramos a cidade, seus parques, a qualidade de vida, transporte, sem contar a beleza. Eu fiquei surpresa com a quantidade de brasileiros que vive lá! Já li em mais de um lugar que pra quem vai estudar e quer aprender inglês, não é o melhor lugar, já que a maioria dos brasileiros escolhe Toronto e corre-se o risco de ficar falando só em português fora das aulas. Bom, mas esse não será o nosso caso! Ter brasileiros por perto, na verdade, para nós seria até uma vantagem! Calor humano, troca de experiências...
Tivemos também muita “propaganda” positiva de Mississauga. Fazemos parte de um grupo de e-mails no qual a maioria dos que já estão no Canadá vive nessa cidade e adora! Ao mesmo tempo em que a possibilidade de viver lá nos parece muito acolhedora, ficamos um pouco inseguros com o fato de nossos amigos enfatizarem a necessidade de se possuir carro, já que, ao contrário de Toronto, Mississauga não conta com sistema de metrô. Porém, como tudo indica que no início nós não teremos carro, ficamos imaginando a dificuldade de se fazer, por exemplo, uma compra de supermercado... de ônibus! E outra: somos dois! Mesmo que conseguíssemos comprar um carro logo, alguém iria acabar ficando a pé na hora de ir trabalhar. (Ressalto que isso nunca foi problema pra mim aqui em SP, já que não tenho carro e me viro muito bem com ônibus e metrô... mas com temperaturas beeem acima de 0!). Isso ficaria mais difícil ainda caso um de nós, devido à proximidade, conseguisse um emprego em Toronto!...

Mais tarde, “conhecemos” Calgary e ela fez bater forte o nosso coração! Quem vive no Canadá e quem acompanha o país já sabe do boom de empregos no estado de Alberta. E Calgary parece ser um lugar bastante aconchegante e tranqüilo, também com parques bonitos e ótima qualidade de vida. Ontem mesmo li em algum lugar que Calgary é a cidade mais limpa do mundo! Quanto a valor de imóveis, o que temos sentido é que está tudo mais ou menos “empatado”. Por favor, me corrijam se eu estiver enganada.

Pois bem... se a dúvida já era grande para decidirmos por Toronto ou Calgary, eis que surge uma Vancouver em nosso caminho! Ela, hoje, é nossa musa inspiradora no Canadá! Cidade maravilhosa (ops... qualquer semelhança...), imponente, uma das melhores do mundo pra se viver! Ainda não terminamos nossa pesquisa sobre Vancouver, mas pelo pouco que já lemos parece que a oferta de emprego não é tão grande como em Toronto e Calgary. Por outro lado, existe menos gente em Vancouver que em Toronto... O que me deixou animada com relação a essa cidade foi o clima! Dizem que o verão é morno e o inverno é ameno. Não neva taaaanto, mas por outro lado, chove bastante. Do lado de cá do computador, fazendo um comparativo de fotos, o que senti é que Vancouver tem uma beleza natural incrível, enquanto Toronto é mais cinza... Posso estar enganada. Precisamos concluir nossa lição de casa!

A verdade é que estamos parecendo dois adolescentes que estão descobrindo os encantos do amor. Cada hora aparece um "mocinho" diferente na minha frente e eu me apaixono por uma de suas qualidades. Mas com quem devo ficar?

Sorte que temos um tempinho antes da decisão final – que não precisa ser definitiva! Nada impede que vivamos 1 ano em lugar, depois 8 meses em outro, mais 2 anos em outro e assim por diante – me senti uma cigana agora!!

Temos que sanar essa dúvida antes do embarque, já que assim que chegarmos precisaremos tirar nossos documentos, e para isso, deveremos estar instalados em algum lugar! E o fato de cada estado ter as suas leis diferenciadas (por exemplo, em cada cidade dessas que citei existe um jeito diferente de se tirar a carteira de motorista) pode atrapalhar um pouco as pessoas mais indecisas.

Não tenho vergonha de dizer que, no final, vamos para onde o Pedro decidir. Isso porque, infelizmente, eu não sou uma profissional de sucesso aqui no Brasil; não estou deixando uma carreira brilhante, muito menos um emprego promissor para trás. O que vou ter que fazer é me encontrar em uma nova atividade por lá, já que hoje trabalho com revisão de textos – em português!!

Então o jeito é continuar “estudando” esse país que nos oferece uma gama enorme de opções, e focar num lugar que proporcione bons resultados profissionais para o Pedro. Eu vou na cola!

Para encerrar, deixo aqui uma frase dita ontem à noite pelo meu marido “decidido”!!:

“Eu estou noivo de Toronto, paquerando Calgary, mas acho que vou acabar me casando com Vancouver!”
Esse homem sabe o que quer!! Ainda bem que na hora de me escolher não teve tanta concorrência!



quarta-feira, 21 de novembro de 2007

No consulado de SP: Entrega dos docs!

Hoje fui entregar pessoalmente a documentação no Consulado, que fica na Torre Norte do WTC SP, aí na foto ao lado.
Sei que poderia ter enviado a papelada pelo Correio, mas deu tanto trabalho juntar tudo, que fiquei com medo de dar azar e o envelope acabar extraviando, vai saber! Fora que queria conhecer logo o tal Consulado (e quem sabe a Maria João? rs) para não ficar algo muito virtual. rs
Fui no horário de almoço e me dei mal, pois o atendimento ao público é somente das 9:30 às 11:00 pela manhã, e das 15:00 às 16:00 à tarde (de segunda a quinta!).
Como teria que esperar por cerca de duas horas e meia pra poder fazer a entrega pessoalmente, tentei desistir e deixar o envelope na recepção do WTC (um balcão exclusivo do Consulado do Canadá), mas não foi possível, já que eles não permitem isso. Como não havia uma agência dos Correios por ali, pensei: "Quer saber de uma coisa? Vou esperar, já que estou no inferno, agora quero ver o diabo!" (hehehe Desculpem pela expressão!)
No subsolo do WTC, há várias lojas e uma grande praça de alimentação. Então almocei por ali mesmo, enrolei bastante e voltei pra recepção do térreo quando faltavam 10 pras 15:00. E eis que, quando chego lá, já havia uma fila de umas 20 pessoas na minha frente! rs Bem, deu 15:00 e, após a identificação individual, fomos liberados para subir.
Chegando no 16º andar, temos que deixar o celular desligado dentro de um armário numerado, o guardinha dá uma chave para cada um. Antes de entrar e passar pela porta detectora de metais, temos que dizer o que vamos fazer para que indiquem a qual guichê devemos nos dirigir (são 3 ao todo). Entrei e fiquei na fila do tal guichê, atrás de uma jovem senhora loira com seu filho de cerca de 20 anos. E depois disso entendi o porquê dos funcionários não serem sempre muito bem-humorados por lá! Assim que chegou no guichê (com vidros à prova de bala e onde mal dá pra ouvir o que a funcionária fala), a tal madame disse que estava lá para entregar os docs do processo de imigração dela e dos 3 filhos. Beleza, pensei comigo, está na mesma fase que eu. Mas quando a funcionária viu a mulher tirar vários papéis da pasta, de modo um pouco estabanado, perguntou se ela já tinha dado entrada no processo... A loira respondeu que não, que estava dando entrada no processo naquela hora, que estava com certidões traduzidas / juramentas e tudo mais... Só que ela não havia nem preenchido aquele formulário inicial, nem pagado as taxas iniciais de processamento! Ou seja, totalmente sem noção! Sabendo que precisaria de tudo isso, a pretensa migrante perguntou pra funcionária do consulado se havia um computador por ali pra ela prencher os formulários na hora, e também um banco pra ela pagar as taxas, no que a atendente disse que isso seria impossível, uma vez que era quase 15:30 e o atendimento só vai até as 16:00. (E eu esperando na fila e com medo da funcionária ficar muito estressada na hora de me atender depois!).
Finalmente, ela desistiu e perguntou se a mãe dela poderia entregar a papelada depois. A atendente disse que sim, mas que ela poderia enviar a documentação pelo Correio, que não era necessário ir até lá. Aí a loira começou a chorar as pitangas, disse que era do interior (São João da Boa Vista, acho...) e bla-blá-blá.
Bom, chegou a minha vez. Eu havia colocado os documentos num envelope pardo, bem simples, e os separado com clipes. Nada de pastinha colorida, fichário e afins. Disse boa tarde pra funcionária, e que estava lá para entregar os docs. Ela pegou o envelope, carimbou e me disse que não havia protocolo. Eu agradeci e fui embora, não levou mais que 10 segundos.
Pra quem for fazer a entrega pessoalmente, o estacionamento custa R$8,00 a primeira hora, e R$2,00 a hora adicional.
No final das contas, não sei se a Maria João era uma das atendentes que estavam no guichê.
Bom, cumprida esta etapa, e agora com bastante tempo antes do pedido dos exames médicos, resta pesquisar bastante sobre o Canadá e aprender como utilizar tantas ferramentas interessantes no Blog e que eu não tive tempo de aprender. Dá até vergonha desse blog quando comparado com o do pessoal. Mas quem sabe eu ganharei o prêmio "Escritores da Liberdade" um dia! hahahah
Abraços a todos e boa sorte!!!

sábado, 17 de novembro de 2007

No trem do Canadá‏: " A identidade (ou falta dela) canadense".


Matéria da jornalista Miriam Leitão de "O Globo".


"Comecei a escrever esta coluna no trem que liga pontos bem definidos de dois canadás: Montreal, em Quebec, e Toronto, em Ontário. No suave sacolejo do pontualíssimo trem, era possível acessar a internet, falar ao celular, ver os produtivos campos do país, cruzar com outros trens, ou ler. Na primeira parte da viagem, me afundei no livro “The Unfinished Canadian”, que traz inevitáveis reflexões.Os canadenses, explica o livro do jornalista Andrew Cohen, continuam imersos na interminável discussão sobre quem são eles. Serão uma cópia dos americanos pela inevitável força gravitacional que exerce a maior potência do mundo? Serão ingleses? Franceses? A crise de identidade — ou de falta de identidade — tem uma infinidade de dimensões.Cohen é um dos vários escritores a se debruçar sobre esse assunto. Roy MacGregor é outro. No livro “Canadians”, ele pergunta, na primeira linha, “Quem somos nós?” E ele mesmo responde: “Não tenho idéia.” Um canadense de Ontário dirá que a crise de identidade é natural, fruto da extrema juventude do país, que completa, este ano, 140 anos de vida independente.Um canadense de Quebec vai se definir como um québécois (carregando no sotaque, nada anglo-saxão, do som “quebecoá”).Um morador de Toronto vai falar com orgulho do estonteante crescimento da cidade desde que todo o mercado financeiro e muitas empresas fizeram as malas e abandonaram Montreal no auge do movimento separatista de Quebec, na segunda metade dos anos 60. O orgulhoso morador de Montreal mostrará a parte velha da cidade cheia de sinais da volta por cima.


Imponentes prédios do século XVIII que eram sede dos bancos são hoje elegantes hotéis decorados com mobília de época, para dar aos turistas a sensação de retorno no tempo, ou têm decoração radicalmente pós-moderna e minimalista, para explorar as contradições.O belo prédio da Bolsa de Valores é hoje o principal teatro da parte antiga da cidade, e a temporada deste ano, afirmam os cartazes afixados na frente do prédio, é mais uma vez dedicada a confirmar o que eles chamam de os “valores da identidade québécoise”.Perguntei a um morador de Toronto, formado em História, quem era o maior herói do Canadá, e ele me olhou com o espanto.— Não temos heróis. O Canadá não teve guerra civil, revolução, fatos dramáticos.Na universidade, o que mais me aborrecia era ter que estudar a história do Canadá. Era chato.O livro de Cohen ressalta insistentemente esta falta de heróis como fato incontestável.Cita vários autores, canadenses ou não, que dão as mais variadas explicações.“Não há heróis na terra bravia. Só os tolos correm riscos”, diz o escritor irlandês Brian Moore, explicando o fato pela geografia extensa e o clima extremo do Canadá.Em Quebec, respira-se História, e ela não tem apenas 140 anos. O museu de Arqueologia e História, construído no local do primeiro prédio de Montreal, recuperou as fundações da velha edificação e, misturando efeitos high tech com aquelas sólidas bases de pedra, conta a história da cidade que tem mais de 350 anos, com heróis, fundadores e luta de resistência. A cidade foi invadida pelos ingleses, que venceram, mas jamais conseguiram eliminar a forte raiz francesa da terra que um dia se chamou Nova França.


Quando ponderei ao jovem professor de história de Toronto que o país teve, sim, momentos dramáticos, como a invasão americana em York (hoje Toronto) e sua vitória sobre os vizinhos, ele disse: — Ah, isso eram os ingleses, não nós! Em Montreal, um garçom me falou longamente sobre a cidade. Para ele, fatos passados e presentes se misturam contando uma história só. Ele não diria: “Isso foi na época dos franceses.” Ele se sente, de certa forma, um pouco francês.Talvez essa diferença de atitude tenha explicação na estrutura de poder. Os angloamericanos venceram.Para eles, não há necessidade de firmar uma identidade.Eles são o que são e o que serão num país claramente em mutação. Podem continuar sendo engolidos pela proximidade do vizinho poderoso com o qual têm a maior fronteira do mundo, repetindo-os em tudo e se dissolvendo. Os franco-canadenses não querem se dissolver, precisam se diferenciar dos Estados Unidos: é sua única forma de sobrevivência.O escritor austríaco Stephan Zweig, que também passou pelo Canadá no começo do século passado, advertiu que os franceses deveriam aceitar a assimilação com os ingleses. A família Trudeau nasceu da dupla face do país, mas Charles e Grace, pais de Pierre Elliot Trudeau, que viria a ser o mais inesquecível dos primeiros-ministros canadenses, exigiram dos filhos as duas línguas em casa. Até os bilhetes entre pais e filhos eram em inglês, como conta o biógrafo John English no seu recém-lançado “Citizen of the World”.Hoje o Canadá ainda se apresenta como um país bilíngüe, mas parece mais ser um país no qual se falam duas línguas. Moradores de Toronto, de nível universitário, admitem falar apenas um francês para a sobrevivência.Reclamam das aulas obrigatórias, dos métodos cansativos, da língua apresentada como uma coleção de regras.Em Montreal, é mais fácil encontrar quem fale inglês fluente, mas eles preferem sempre a conversa em francês.

Em Quebec, celebram a diversidade cultural; foram formados não apenas pelos franceses, mas por imigrantes de várias nacionalidades.Porém, essa diversidade se estabeleceu em bairros separados, e assim se cristalizou. Viva e estonteante é a diversidade cultural de Toronto, que eu conto amanhã".




Esta matéria e muitas outras, extraídas dos principais periódicos e revistas brasileiras, podem ser encontradas no blog abaixo, que indico aos amigos.




Achei esta matéria muito interessante.


segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Ôba, good news!


Quando pensava que a carta de solicitação de docs ainda levaria pelo menos um mês pra chegar, eis que ao abrir a porta de casa hoje, chegando do trabalho, me deparo com o famoso envelope reciclado debaixo da porta!

Pena que a Certidão Criminal Negativa da Polícia Federal só vai ficar pronta dia 19/11. Era pra estar pronta no dia 24/10, mas devido à greve, o prazo passou de 30 dias para quase 2 meses, um absurdo!

Segue a atualização do nosso processo:

24/04/2007: Envio do formulário para o consulado de SP
09/05/2007: Abertura do processo
16/05/2007: Recebimento da carta de confirmação
05/11/2007: Carta solicitando docs

Tomara que a Certidão da Dani não atrase muito também e que possamos enviar a documentação ainda no mês de novembro.

Abs.