Ultimamente temos feito um joguinho de adivinhação quando estamos nas ruas, e digamos que estamos certos em 100% das vezes. Na maioria das vezes é o Pedro quem repara, porque eu sou meio distraída. O "jogo" é adivinhar se aquelas meninas, aquele casal, enfim... aquelas pessoas são brasileiras. Incrível como brasileiro tem cara e jeito de brasileiro! Pra japonês, indiano, koreano... isso é muito simples e fácil. Mas nós, brasileiros, um povo "misturado", eu não imaginava que seria tão fácil adivinhar. E não estou falando só de quando estamos na região da Dufferin não (aliás, não gosto daquele lugar! Mas é lá que compro meu pão de queijo!). Quando estamos lá é mais fácil tentar adivinhar quem não é brasileiro!
Uma vez peguei o elevador com duas meninas brasileiras (e muitas outras pessoas) e elas estavam falando de dinheiro. Uma disse que estava com todo o dinheiro que havia trazido com ela, ali na mochila. Uns 2 mil dólares. A outra disse que tinha deixado 500 dolares no quarto e que estava com 700 na carteira. Elas conversavam sobre isso tranquilamente, supondo que ninguém entendia bulhufas. Só pra deixá-las espertas, segurei a porta pra elas passarem e uma delas me agradeceu: "thank you!" - e eu, bem sorridente: "de nada!"
Outro dia estávamos na região da Union Station e passaram duas meninas por nós. Elas não estavam conversando. Simplesmente andando... e o Pedro disse: "essas aí são brasileiras". Olhei pra trás e não concordei nem discordei. Não tinha como saber. Mais tarde, vimos as duas de novo, dessa vez conversando. Elas eram brasileiras mesmo! Só não consegui distinguir pelo sotaque se eram de Santa Catarina ou do Rio Grande do Sul.
Hoje, voltando sozinha no metrô lotado, comecei a ouvir uns brasileiros conversando. Gostei de ouvir palavras facilmente decifráveis (rs) e resolvi parar por ali mesmo e ficar escutando a conversa deles, como quem não quer (e não entende) nada. Estavam falando de compras... um tinha comprado um perfume da LaCoste, a outra, uma bolsa da Guess... estudantes torrando o dindin dos pais!!
Eu estava em pé, no corredor do trem, e quando olhei pro outro lado vi que duas meninas estavam olhando pra mim. Quando olhei pra elas, uma perguntou pra outra: "como você sabe?" e a primeira respondeu: "tá na cara, disfarça!". Pensei: "nossa... será que elas me conhecem?! Será que lêem meu blog?" (isso merece um parênteses: eu e o Pedro já fomos reconhecidos uma vez por causa do blog, né, Silvia Faian?! Então não seria tanta pretensão minha achar que alguém estava me reconhecendo no meio do metrô!).
Mas... eu estava ali observando aqueles brasileiros e nem me dei conta de que eu também sou brasileira. E eu também estava sendo observada e reconhecida pela minha aparência. As meninas continuavam intrigadas com a minha presença ali. Me analisando... mas não sei por que, nem disfarçaram mais. Começaram a comentar entre elas a quantidade de "brazucas" que tem em Toronto. E disseram que é fácil perceber pelas roupas, pela feição... Nisso, o trem parou na Dufferin Station (ca-la-ro!) e elas avisaram mais uns 3 ou 4 que estavam indo ao shopping (socorro!!! Tanto shopping legal por aqui... whatever...). Aí, como uma das meninas, insistia em olhar pra mim, eu disse pra ela: "É... Dufferin é o bairro dos brasileiros!!" e ela, toda feliz, puxou a amiga: "Você estava certa!! Ela é brasileira!"
Sou mesmo! Com muito orgulho!! =)
8 comentários:
É Dani, com muito orgulho, apesar das mazelas de nosso amado país.
Dá até saudade da terrinha querida!
Bjs
Aha!! Te conheci pelo blog, que mico, mas deixa pra lá!! Ultimamente tenho visto e ouvido tanto da nossa terrinha por aqui, raramente falo, prefiro escutar as conversas rsrs. A última que caí na besteira de perguntar me olhou com cara de "cai fora brasileira". Confesso que também fico tentando adivinhar, não é tão difícil. Mas pela "falação" logo a gente nota a presença! Um beijo pra vocês,
Silvia
Deve ser muito bom, e até reconfortante poder esbarrar com tantos brasileiros por ai.
Quando fui pra Londres também encontrei vários pelas conversas e me senti um pouco menos fora d'agua, ja que na pior das hipoteses poderia gritar socorro em portugues! rs
Abç,
Fernanda
Ps: manda noticias sobre seu curso. Ja fez algum estágio?
É muito engraçado isso, porque mesmo que as pessoas não estajam conversando, os brasileiros têm um jeito, uma ginga que a gente reconhece rapidinho.
Esses dias uma menina começou no curso de ingles e se sentou do meu lado. Eu estava fazendo a "lição de casa atrasada e nem percebi. Qd a professora entrou e perguntou se ela era aluna nova, eu percebi que era brasileira só pelo "yes".
Mas nunca tinha pensado que provavelmente eu tb sou facilmente reconhecida, né? As vezes eu vejo alguem falando em portugues e tento ficar escutando mas com tres crianças pequenas é impossivel porque eles sempre soltam um sonoro "mamãe" e já estragam tudo, rs.
Oi Dani,
Aqui em Van também é cheio de brasileiros principalmente estudantes.
O interessante é q quando o fiote percebe q tem brazuca perto de nós ele começa a rir, aí eu perguntou o motivo do riso e ele fala: " aqueles são brasileiros". È muito engraçado.
Uma vez entramos num ônibus que tinha uns 20 estudantes brazucas.
Abrçao verde aamarelo, Neuzinha
Com tanto brasileiro assim dá pra se sentir em casa.
E a vida segue...
Eu falei uma vez pro Mozart que dá saber isso pelo olhar da pessoa. É engraçado...
hehehe Dani, foram pouquíssimas as cidades por onde eu tenha passado sem encontrar um brasileiro nas ruas. Uma vez estávamos em uma pequenina cidade tcheca, totalmente fora do circuito turístico padrão, maridão começou a falar seu mísero tcheco no restaurante. Aí entraram dois brasileiros e olharam pra gente desconfiados. Óbvio q n temos a cara igual a dos tchecos hehehe, por isso achei que iam perguntar se éramos brasileiros...daí um disse: - Ah, devem ser ciganos! Roma, né? bwhahahah.
A partir desse dia, passei a tomar cuidado com o que falo nas ruas hehehe.
Impressionante como tem brasileiro espalhado até nas minúsculas cidades no fim do mundo hehehe
Beijocas
Obs: e aí? como está se sentindo com os dias ficando cada vez mais curtos e as noites mais longas?
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